|
PARA CIMI
E FUNAI, INSUFICIÊNCIA DE TERRAS É
PRINCIPAL CAUSA DA DESNUTRIÇÃO
DE CRIANÇAS INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
|
|
10/02/2005 - No
ano passado, o índice de mortalidade entre
as crianças indígenas de até
cinco anos chegou a 64 por mil nascidos vivos no
estado do Mato Grosso do Sul. A média nacional,
segundo o Ministério da Saúde, é
de 24,3 por mil nascidos.
Para o coordenador regional do Conselho Indigenista
Missionário (Cimi) em Mato Grosso do Sul,
Egon Heck, a principal causa para a desnutrição
é a falta de terra. Cerca de 11 mil índios
de diferentes etnias vivem em apenas 3,5 mil hectares.
No programa de reforma agrária, uma área
desse tamanho é usada, em geral, para assentar
cerca de 200 sem-terra.
"Tem que se reconhecer que não existe
nenhuma decisão política mais efetiva
inclusive da parte do governo nesse momento no sentido
de propiciar ao povo Guarani pelo menos as terras
básicas para que eles possam reestruturar
a sua economia e voltar a viver com certa tranqüilidade,
com certa fartura dentro de suas terras", criticou
Heck.
O coordenador regional do Cimi afirmou que as ações
emergenciais precisam vir acompanhadas de medidas
de acesso à terra, recuperação
ambiental e reestruturação da economia
indígena.
O presidente em exercício da Fundação
Nacional do Índio (Funai), Roberto Lustosa,
disse que a expansão da atividade agrícola
da região foi um dos fatores que agravou
a situação. "É preciso
ter mais terra para esses índios, mas sem
que isso prejudique interesses de terceiros. Têm
famílias que ocupam terras que eram tradicionalmente
indígenas, mas que já estão
na terceira ou quarta geração",
explicou Lustosa.
Segundo ele, a Funai pretende trabalhar em parceria
com o Instituto de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) para ampliar os limites das
terras indígenas.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cecília Jorge