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ALTAMIRA
SERVIRÁ COMO BASE PARA PACIFICAR
SUL DO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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17/02/2005 - Altamira
(Pará) - As instalações da
51ª Brigada de Infantaria de Selva, em Altamira,
servirão como base para o posto de comando
das operações dos cerca de 2 mil militares
que apoiarão ações de segurança
pública e fiscalização fundiária,
ambiental e trabalhista no sul do Pará.
Segundo a Comunicação Social do Exército,
os soldados deverão fornecer apoio logístico,
como transportes e alojamento, além de segurança
a equipes do Ministério do Trabalho, do Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), do Instituto Nacional
de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) e das polícias Federal, Militar e
Civil.
As ações devem prosseguir por tempo
indeterminado. A decisão de enviar as tropas
foi tomada pelo governo federal nesta terça,
depois de uma seqüência de assassinatos
de líderes populares ligados a questões
de posse de terra, nos últimos dias.
O Exército informou que as tropas serão
compostas por militares de Marabá, Itaituba,
Altamira e Belém. Helicópteros serão
deslocados desde Manaus. O comando será do
general Jairo César Nass, da 23ª Brigada
de Infantaria de Selva, de Marabá.
Os representantes das polícias e das Forças
Armadas definem até amanhã as áreas
de atuação, os chamados "pontos
críticos", na região que é
considerada "zona de pacificação".
Altamira fica no centro do estado do Pará,
a 1000 quilômetros de Belém. A cidade
é ponto estratégico entre várias
regiões em conflito e fica a oeste da área
que margeia a rodovia Transamazônica, disputada
por posseiros e grileiros.
Ao sul de Altamira, que é banhada pelo rio
Xingu, ficam as reservas de madeiras nobres da Terra
do Meio (como é denominada a região
entre os rios Tapajós e Xingu, no sudoeste
paraense), cobiçadas por madeireiros, que
expulsam comunidades tradicionais de ribeirinhos
e invadem terras indígenas. Ao norte fica
Porto de Moz, na mesorregião do Baixo Amazonas.
Relatórios recentes de entidades ambientalistas
como o Instituto Sócio-Ambiental e o Greenpeace
apontam Porto de Moz e Terra do Meio como algumas
das mais ameaçadas áreas da Amazônia
Brasileira na atualidade. Para resolver os problemas,
as entidades, bem como os movimentos sociais da
região, pedem há anos a demarcação
de reservas extrativistas e áreas de desenvolvimento
sustentável. O governo federal vem implementando
essas áreas desde o ano passado.
A demarcação faz parte da estratégia
para combater a grilagem de terras na região.
Segundo os especialistas, a garantia de que essas
terras não poderão ser utilizadas
para extração de madeira, pecuária
ou agricultura extensiva pode dificultar a falsificação
de documentos e a retirada à força
das comunidades tradicionais por grileiros.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel