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AMBIENTALISTA
DEFENDE AÇÃO DO GOVERNO FEDERAL
NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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16/02/2005 – Coordenadora
do Programa de Política e Direito Sócio-Ambiental
do Instituto Sócio-Ambiental (ISA), Adriana
Ramos, acredita que qualquer medida tomada pelo
governo federal para "restabelecer o uso da
terra a quem é de direito" deve ser
vista como medida que traz estabilidade para a região
da Terra do Meio, uma das regiões de conflito
de terras no Pará, entre os rios Xingu e
Tapajós, no Sudoeste do Estado.
O Ministério do Meio Ambiente pretende criar,
ainda no primeiro semestre de 2005, três reservas
extrativistas e uma unidade de conservação
e proteção integral, com estação
ecológica e parque na Terra do Meio, e os
recentes crimes ocorridos em outras localidades,
como o assassinato da freira Dorothy Stang, em Anapu,
no Centro do Estado, estão sendo encarados
pelo órgão como estímulo para
acelerar os processos.
"Os conflitos se acirram na medida em que interesses
que não são legítimos consideram
que podem ter algum tipo de ganho em cima de uma
área que não está reconhecida.
Represálias podem acontecer, mas cabe ao
governo criar medidas para evitar que isso aconteça.",
afirma Adriana Ramos.
A pesquisadora sugere que o governo acelere o processo
de regularização fundiária
das terras paraenses. De acordo com ela, a maior
parte das áreas é reconhecidamente
pública. Muitos fazendeiros e madeireiros,
no entanto, utilizam documentação
irregular. Um levantamento divulgado pelo Greenpeace
há dois anos mostra que, em 1999, pelo menos
100 milhões de hectares tinham documentação
suspeita.
O Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra) chegou a cancelar
o registro de 70 milhões de hectares. Um
terço desta área (20,8 milhões
de hectares) estava no Pará, dividida em
422 fazendas. O Estado responde por mais de um terço
do desmatamento total do Brasil. Imagens de satélite
divulgadas pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais
(Inpe), em 2003, mostram que a maioria do desmatamento
ilegal ocorreu nos arredores da Terra do Meio.
"É importante ressaltar que as políticas
a serem implementadas para evitar os tipos de conflito
evidenciados esta semana não são apenas
ambientais", alerta a coordenadora do ISA.,
que acrescenta: "Precisamos de um envolvimento
maior das áreas de desenvolvimento, agricultura,
social, transporte e integração nacional.
A Terra do Meio precisa de ações múltiplas
para garantir a sustentabilidade sócio-ambiental
da região."
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes