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CASO DA
MISSIONÁRIA DEVERÁ TER SOLUÇÃO
RÁPIDA, DIZ MINISTRO DA JUSTIÇA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2005
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14/02/2005 - O ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
garantiu hoje que o governo agirá com todo
o rigor necessário para punir os responsáveis
pela morte da missionária Dorothy Stang,
de 73 anos, assassinada com seis tiros, na madrugada
do último sábado (12), em Anapu, no
Pará. A reação do Estado tem
"que ser dura, implacável", disse
Bastos. Ele lamentou o fato, dizendo que conhecia
pessoalmente a freira norte-americana e seu trabalho.
Naturalizada brasileira, Dorothy atuava junto a
comunidades de colonos e assentados no norte do
país, área de grande disputa econômica,
envolvendo grileiros de terras públicas.
Márcio Thomaz Bastos informou que está
acompanhando as investigações em Altamira
(PA) e que conversou, na manhã de hoje, com
o diretor-geral da Polícia Federal, Paulo
Lacerda, e com a representantes da Superintendência
da PF naquele estado. "O que existe lá
é uma terra em situação de
tensão, onde não existia a presença
do Estado, e agora estão atuando os Ministérios
do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário
e da Integração Nacional, tornando
a exploração econômica um trabalho
organizado, e não predatório. E isso
está provocando uma reação
muito grande de pessoas que não estão
acostumadas à convivência democrática
e civilizada, nem a se submeterem ao império
da Lei", declarou o ministro.
O mesmo quadro verificou-se nos episódios
da morte do seringueiro e ambientalista Chico Mendes,
em 1988, no Acre, e no caso da execução
dos fiscais do Trabalho, em Unaí, no ano
passado, em Minas Gerais, lembrou o ministro. Ele
observou que, em Unaí, o crime era difícil
de ser descoberto, mas, em seis meses, os criminosos
foram presos e agora aguardam julgamento. Sobre
o assassinato de Dorothy Stang, Bastos disse que
espera uma solução rápida porque
já existem vários suspeitos e três
mandados de prisão decretados. Como a região
é muito grande e as buscas estão sendo
dificultadas ainda pelo tempo chuvoso, o governo
enviou reforços, incluindo um avião.
"Vamos dar uma resposta dura, que mostre que
ninguém pode enfrentar o Estado de direito
no Brasil", afirmou Bastos.
O ministro da Justiça participou hoje, em
São Paulo, da cerimônia de lançamento
de mais uma etapa da campanha de desarmamento, que,
em dezembro, foi prorrogada por seis meses. A campanha
vai agora até 23 de junho. Durante o ato,
o cardeal arcebispo de São Paulo, D. Cláudio
Hummes, pediu justiça no caso do assassinato
da missionária Dorothy Stang.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Marli Moreiraa