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COMBATER
O DESMATAMENTO É A PRIORIDADE BRASILEIRA
NO PROTOCOLO DE QUIOTO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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16/02/2005 - O combate
ao desmatamento da Amazônia é a prioridade
brasileira na diminuição da emissão
de gases poluentes na atmosfera. A afirmação
é do ministro da Casa Civil, José
Dirceu. Ele participou hoje da reunião do
Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas,
no Palácio do Planalto, que saudou a entrada
em vigor do Tratado de Quioto. Para Dirceu, "a
data de hoje é histórica e nos enche
de esperança ao respeitar o princípio
da responsabilidade comum".
O ministro lembrou que o Brasil tem 16% das florestas
mundiais "com relevância no ciclo do
carbono e essa é a maior contribuição
nacional para diminuir o efeito estufa". Ele
destacou três ações políticas
para auxiliar nas mudanças climáticas
já em aplicação: a retomada
do Proálcool, o lançamento dos programas
para produção de biodiesel e para
incentivo de produção de energia alternativa,
como as fontes eólicas, por exemplo.
Segundo Dirceu, de 1975 a 2000, o Brasil economizou
US$ 11 bilhões com importação
de gasolina, devido à produção
de 6 milhões de veículos movidos a
álcool. Na sua opinião, "o Tratado
de Quioto é uma ferramenta que deve ser usada
por todo o mundo e a única forma de barrar
as tecnologias que vêm modificando a paisagem
do planeta".
O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo
Campos, ressaltou a operação dos institutos
de pesquisa na Amazônia "para aperfeiçoar
o processo de desmatamento", que funcionam
em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Já a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
comparou as responsabilidades do Brasil em relação
à situação agrária no
Pará com as do Protocolo. Para ela, o país
precisa encontrar no estado, "um caminho onde
é possível compartibilizar desenvolvimento
com sustentabilidade e o Protocolo tem esse sentido
mais amplo", afirmou.
Para a ministra, o dia de hoje, em que o Protocolo
entra em vigor, ocorre no contexto de "tensão
muito grande, após o assassinato da irmã
Dorothy. É uma atitude bárbara de
ocupação da Amazônia e mais
de um século de ausência do governo",
afirmou. "Acabou-se o tempo da grilagem e ocupação
de terra pela força, a lei e a ordem vão
operar na Amazônia", ressaltou José
Dirceu.
"Em nenhum momento devemos desconhecer que
responsabilidades diferenciadas sejam ausência
de responsabilidades", disse Marina Silva,
referindo-se ao fato de que os países em
desenvolvimento não têm a obrigação
inicial de diminuir a quantidade de poluentes. De
acordo com o Protocolo de Quioto, neste primeiro
momento, apenas os países desenvolvidos se
comprometem a diminuir a taxa de emissão
poluidora em 5,2% em relação a 11000.
Por este motivo, os Estados Unidos se recusaram
a ratificar o acordo. O secretário executivo
do Fórum de Mudanças Climáticas,
professor Luiz Pinguelli, lembrou que os EUA chegaram
a pressionar o Brasil - que foi um dos países
que mais lutou pelo sucesso do Protocolo - com "uma
carta enviada pelo ex-presidente Bill Clinton ao
então presidente Fernando Henrique Cardoso".
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos