|
ESTUDO DA UFBA AFIRMA QUE
POPULAÇÃO INDÍGENA
ESTÁ EM EXPANSÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
|
|
15/02/2005 Os povos
indígenas estão em plena expansão
demográfica, política e territorial
no Brasil. Segundo um novo levantamento, apenas
na Bahia há atualmente cerca de 25 mil índios
espalhados por cerca de 12 tribos. Entre 1993 e
1994, a estimativa era de 22 mil. Os números
que apontam um crescimento de 13,6% no período
são do Departamento de Antropologia da Universidade
Federal da Bahia (UFBA), obtidos por meio do Programa
de Pesquisa sobre os Povos Indígenas do Nordeste
Brasileiro (Pineb), que estuda há 34 anos
os hábitos das comunidades indígenas
da região.
O levantamento do Pineb teve como pano de fundo
estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), nas quais a população
indígena passou a representar, em 2000, 4,1%
da população. Em 1991, o índice
era de apenas 0,2%. Foram utilizadas ainda informações
da Fundação Nacional de Saúde
(Funasa) e da Fundação Nacional do
Índio (Funai).
"Os contatos violentos da colonização
européia não conseguiram destruir
a população indígena no Brasil
e hoje o crescimento populacional é uma tendência
geral dos índios brasileiros", disse
a coordenadora do Pineb, Maria Rosário de
Carvalho. A pesquisadora explica que a queda demográfica
acentuada foi registrada até o final da década
de 1960.
Maria Rosário aponta que o crescimento populacional
não é fruto da miscigenação
de índios com brancos ou negros. "O
aumento da população é resultado
do retorno às suas tribos daqueles que estavam
deslocados, além do forte crescimento vegetativo",
explica.
Indicadores
on-line
Para registrar os
dados colhidos durante as pesquisas, o Departamento
de Antropologia da UFBA criou um banco de documentação
informatizado com a trajetória das sociedades
indígenas brasileiras. Trata-se do Fundo
de Documentação Histórica Manuscrita
sobre os Índios da Bahia (Fundocin), que
reúne informações que permitem
comprovar os direitos das sociedades indígenas
às terras que reivindicam, além de
fornecer material para pesquisa e orientação
jurídica. Além da Bahia, o fundo deverá
incluir dados populacionais de outros estados.
"A idéia é reunir documentação
proveniente de fontes seguras sobre a história
indígena e o indigenismo, o que abarca desde
o século 17 até os nossos dias. O
Fundocin foi criado também para que os próprios
índios tenham conhecimento de sua história",
conta Maria Rosário.
A pesquisadora garante que o banco de dados é
uma ferramenta eficiente para apoiar os casos de
demarcação de terras, na medida em
que conta com documentos que comprovam a existência
das tribos em seus territórios originais.
"Estamos no processo final de revisão.
As informações devem estar disponíveis
na internet até o final do ano para a comunidade
científica interessada no assunto",
disse.
Informações com Agência Fapesp
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa