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HISTÓRIA DA ENERGIA
NUCLEAR NO BRASIL GANHA EXPOSIÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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18/02/2005 O Museu
de Astronomia e Ciências Afins (Mast), órgão
vinculado ao Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), está iniciando uma série
de pesquisas sobre a história da energia
nuclear no Brasil, com o objetivo de montar uma
exposição que revele ao público
um panorama completo sobre a implantação
desse tipo de energia no País.
A exposição vai mostrar desde os primeiros
passos dados para o desenvolvimento da energia nuclear
no Brasil, que se iniciaram oficialmente com a criação
do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
(CBPF) em 1949, e do Conselho Nacional de Pesquisas
(CNPq), em 1950, até à entrada em
operação de Angra 1, no início
dos anos 80.
Museólogos e historiadores estão participando
do projeto Panorama histórico da energia
nuclear no Brasil, pesquisando documentos e objetos
científicos que farão parte da mostra
que tem como objetivo divulgar a ciência e
a técnica nucleares brasileiras, preservar
parte do acervo científico e disseminar conhecimentos
sobre o tema. O projeto é apoiado pela Financiadora
de Estudos e Projetos (Finep/MCT).
Anos 30
O Brasil começou
a entrar na era nuclear ainda nos anos 30, quando
pesquisadores europeus chegaram ao Brasil para trabalhar
na recém-criada Universidade de São
Paulo (USP. Ali, eles despertaram o interesse dos
brasileiros Marcello Damy, Mario Shöenberg,
Cesar Lattes e Leite Lopes pelos estudos do núcleo
do átomo.
Mas, antes deles, o tema entusiasmou a Álvaro
Alberto da Mota e Silva em 1926, quando Marie Curie
proferiu uma conferência sobre radioatividade
na Academia Brasileira de Ciências, no Rio
de Janeiro. Foi por iniciativa de Mota e Silva que
Getúlio Vargas nomeou uma comissão
de professores e pesquisadores para elaborar o projeto
de criação do CNPq.
Em 1951 instalou-se o primeiro acelerador de elétrons,
na USP. Dois anos depois, o CNPq contratou, na Alemanha,
a construção de três ultracentrífugas,
primeiro passo para a independência tecnológica
brasileira. Os equipamentos foram instalados no
Instituto de Pesquisas Radioativas, atual CTDN.
Também naquele ano, o Congresso Nacional
aprovou uma lei definindo a política nuclear
no Brasil, estabelecendo o monopólio estatal
da energia nuclear, e criando o CNPq.
Criação
do IEN
O Instituto de Engenharia
Nuclear (IEN/MCT) foi criado em 1962, onde se construiria,
três anos depois, o primeiro reator de pesquisa
nacional – o Argonauta. Em 1956, Juscelino Kubitschek
cria a Comissão Nacional de Energia Nuclear,
mas até o governo Castelo Branco o país
se mostra relutante em se comprometer com um programa
nuclear. A decisão de construir a primeira
usina data de 1968, e o Brasil, que já firmara
anteriormente acordos com os Estados Unidos, para
prospecção de recursos minerais, exportação
de matérias primas e pesquisas, assina em
1975, um convênio de cooperação
científica e tecnológica com a Alemanha,
que foi o ponto de partida para o Acordo de Cooperação
sobre os usos pacíficos da energia nuclear.
É o início da era industrial da energia
nuclear no Brasil.
O complexo industrial de Angra dos Reis, onde estão
instaladas as duas usinas, tem o nome de Central
Nuclear Almirante Álvaro Alberto em homenagem
ao primeiro brasileiro a lutar para que o Brasil
produzisse energia a partir do átomo.
Fonte: MCT – Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Helena Beltrão)