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INCRA FARÁ
VISTORIA EM 25 PROPRIEDADES DE ANAPU PARA
RETOMAR ÁREAS DESAPROPRIADAS
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Fevereiro de 2005
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17/02/2005 - O Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) iniciará, na próxima
quinta-feira, uma vistoria em 25 propriedades no
município de Anapu, no Pará, onde
foi morta a freira Dorothy Stang, no último
sábado. De acordo com o superintendente do
instituto no Estado, Inocêncio Gasparin, o
objetivo é retomar áreas que já
foram desapropriadas.
"Estaremos tentando retomar as PDS (Projetos
de Desenvolvimento Sustentável). São
locais que estão irregulares ou que foram
grilados. Se, por ventura, existir alguma propriedade
que está legalizada e que cumpriu todas as
cláusulas dos contratos anteriores, o governo
vai propor a indenização, como de
praxe", conta.
A afirmação foi feita hoje, após
o encontro entre Gasparin e o presidente do Incra,
Rolf Hackbart, , na sede do instituto. De acordo
com o superintendente, a reunião tratou de
"questões normais de trabalho".
Segundo Gasparin, o laudo técnico será
feito por um comitê estadual. Ao todo, cinco
equipes farão a vistoria no município
e a força-tarefa fará uma reunião
amanhã, às dez horas, em Belém,
onde será esquematizado um esquema de proteção
para as equipes.
De acordo com o superintendente, Exército,
Polícia Federal e Polícia Militar
serão responsáveis pela segurança
de agentes do Incra, Ibama e do Departamento de
Relações do Trabalho (DRT). Ele garante
que o Exército permancerá na região
após o fim das vistorias.
Essa mobilização teve início
após o assassinato da missionária
Dorothy Stang.. Para Gasparin, o crime só
ocorreu porque o governo está tomando a iniciativa
da reforma agrária: "Este governo tomou
a decisão de iniciar o processo. Todas as
áreas que o Incra já tinha retomado
na justiça, nós perdemos novamente.
Mas estamos conversando com o juiz para ver se os
novos elementos garantem que o Incra retome estas
áreas".
Segundo o superintendente, a prática da grilagem
também foi responsável pela morte
de Dorothy. "A situação fica
mais delicada porque ninguém trabalha ou
planta, poissabe que vai perder investimentos feitos
de forma regular", analisa.
Mesmo com toda a tensão na área, os
assentamentos continuam. Gasparin afirma que, até
o final deste ano, cerca de 400 famílias
receberão terras desapropriadas. "Se
os processos na justiça avançarem,
poderemos assentar até mil famílias",
prevê. Por enquanto, 317 pessoas estão
nesta situação.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Lilian de Macedo