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MINISTRA
DIZ QUE PACOTE DO PARÁ FOI APENAS
ANTECIPADO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Fevereiro de 2005
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18/02/2005 - A ministra
do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje que
as medidas anunciadas para a região Norte
dão continuidade às ações
que o governo já vinha adotando na região
e são um forte sinal de que não haverá
retrocesso. Segundo a ministra, todas as medidas
apresentadas quinta-feira (17) já estavam
em fase de implementação e seriam
lançadas segunda-feira (21), em cerimônia
com a presença dos governadores dos estados
da região. O lançamento foi antecipado
devido ao assassinato da missionária norte-americana
Dorothy Stang, no último sábado (12).
Na quinta-feira, o governo anunciou a interdição
de 8,2 milhões de hectares de áreas
públicas na margem esquerda da BR-163, para
criar centros de estudos específicos e unidades
de conservação ambiental. A interdição
foi decretada por medida provisória. O objetivo
é interromper a grilagem de terras e o desmatamento,
principal motivo de conflitos rurais na área.
Outras sete medidas foram anunciadas pelo governo.
O pacote inclui cinco decretos, uma medida provisória
e um projeto de lei que criará a gestão
de florestas públicas e a criação
do Serviço Florestal Brasileiro e do Fundo
de Desenvolvimento Sustentável.
A ministra ressaltou que a interdição
das áreas foi feita temporariamente porque
o governo não pode decretar reservas de maneira
arbitrária, pois é preciso tempo para
estudar o uso a ser feito dos recursos naturais
existentes na área. Marina Silva lembrou
que o que está proibido é o corte
raso e ressaltou que as atividades que já
existem podem continuar. "Se existe uma pequena
roça, ela não será destruída.
Mas ampliar, corte raso, em hipótese alguma.
É fundamental essa interdição
exatamente para que se tenha tempo e para bloquear
o processo de ocupação predatória
e criminosa de grilagem de terra".
De acordo com a ministra, não se pode responsabilizar
individualmente pessoas por ações
criminosas de grupos organizados. Ela disse que
há grupos que trabalham à revelia
da lei e que muitas vezes conseguem, com facilidade,
espaço nos meios de comunicação
e na opinião pública para deturpar
processos estruturantes e importantes, como é
o ordenamento fundiário e o fim da grilagem
de terras, por exemplo. "Esses grupos aparecem
falando através de seus parlamentares, representantes
e, quando fazem isso, estão engessando o
progresso e o desenvolvimento", acrescentou
a ministra.
Marina Silva disse que é possível
realizar o desenvolvimento com sustentabilidade
econômica, social e ambiental. "Esse
é o trabalho que nós estamos fazendo.
E o Estado está sendo aperfeiçoado
e criado na Amazônia. Não existe Estado
demais na Amazônia, existe ‘de menos’, precisa
ser criado e é isso que nós estamos
fazendo", afirmou.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Flávia Albuquerque