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MISSA DE
SÉTIMO DIA DA MORTE DE DOROTHY STANG
RELEMBRA LEGADO DE UMA LUTA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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18/02/2005 - Anapu
(Pará) – Ao final da tarde, ainda sob um
forte calor, cerca de 100 pessoas rezaram a missa
de sétimo dia da morte da missionária
Dorothy Stang. O ato religioso foi celebrado na
Paróquia de Santa Luzia, em Anapu, por Padre
Amaro, membro da Comissão Pastoral da Terra
e amigo pessoal da freira por mais de 15 anos.
Uma procissão deixou a pequena igreja, seguiu
por cerca de 200 metros até atravessar uma
ponte suspensa sobre o rio Anapu, e chegou ao Centro
de Formação São Rafael, onde
está o túmulo de Dorothy. O centro
era um dos locais onde a missionária realizava
seu trabalho comunitário.
A religiosa está sepultada à sombra
de árvores de um pomar; entre uma goiabeira
e uma mangueira, cujos frutos eram comidos pelas
crianças que acompanhavam a manifestação.
As pessoas colocavam velas e flores sobre o túmulo.
Ao mesmo tempo, rezaram e falaram sobre a importância
de Dorothy para a comunidade.
Os populares carregavam faixas com os dizeres "Com
sua simplicidade, conquistou seu espaço,
mostrando que somos iguais" ou "Toda mulher
traz em si o poder da transformação".
Numa cruz de madeira sobre o túmulo, papéis
com os nomes de Chico Mendes (líder sindical
dos seringueiros do Acre, assassinado em 22 de dezembro
de 1988), Irmã Adelaide (assassinada em Eldorado
dos Carajás em 2 de maio de 1985) e Irmã
Dorothy.
Também debaixo das árvores, a imagem
de Santa Julie Billiart, fundadora da congregação
das irmãs de Notre Dame de Namur, da qual
a freira fazia parte. Entre os discursos de elogio
ao trabalho da missionária no Pará,
Padre Amaro lembrou que Dorothy ajudou a fundar
a primeira escola de formação de professores
na rodovia Transamazônica, que corta ao meio
a pequena Anapu. Era a Escola Brasil Grande.
O padre também cobrou atitudes das autoridades
para resolver os conflitos agrários na região.
"Queremos que o governo, tanto federal quando
estadual, tome vergonha e assuma o seu papel",
disse. "Segurança pessoal, não
queremos. Queremos segurança para o povo
das glebas", completou em referência
à recusa de proteção que Dorothy
manifestou mesmo após as ameaças de
morte. Atualmente, pelo menos sete pessoas que trabalhavam
com a freira ainda sofrem intimidações
na região.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel