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NILMÁRIO
MIRANDA DIZ QUE DOIS PISTOLEIROS ASSASSINARAM
FREIRA NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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12/02/2005 - O secretário
nacional de Direitos Humanos, ministro Nilmário
Miranda, afirmou hoje (12) que os responsáveis
pela morte da missionária Dorothy Stang são
dois pistoleiros conhecidos por Eduardo e Pogoió,
que teriam assassinado a freira a pedido de um intermediário
conhecido por Tinair. O ministro conversou nesta
tarde com autoridades do município de Anapu
(PA), onde ocorreu o crime, que relataram os detalhes
do assassinato.
As informações foram repassadas pela
única testemunha do crime, um trabalhador
da região que acompanhava a freira no momento
do assassinato e já está sob proteção
policial. Segundo o trabalhador, a irmã Dorothy
estava desde ontem no assentamento Esperança,
discutindo a situação de violência
e a constante invasão dos assentamentos pelos
pistoleiros comandados por Tinair. Pela manhã,
quando saíam da casa onde estavam, a freira
e o trabalhador foram cercados pelos dois pistoleiros,
que fizeram provocações. A missionária
não respondeu e levou um primeiro tiro, de
Pogoió. O trabalhador fugiu, se escondeu
na mata e disse que ouviu mais dois tiros.
O ministro viaja agora a noite para a região
onde ocorreu o assassinato. Ele vai acompanhar os
trabalhos das polícias Civil e Militar para
capturar os assassinos. Consternado com a situação,
Nilmário falou por telefone à Agência
Brasil que Dorothy Stang era uma defensora dos direitos
humanos e sabia que aquela era uma região
de conflitos, com crimes motivados pela posse da
terra. "Ela era um mito, uma pessoa considerada
símbolo na luta pelos direitos humanos no
Pará", afirmou.
Nilmário Miranda conheceu a freira na quinta-feira
passada (3). Na ocasião, a missionária
denunciou a invasão da casa do trabalhador
Luiz Moraes de Brito por pistoleiros. "Encaminhamos
o caso à polícia, mas nunca pensamos
que a ousadia desses bandidos chegasse ao ponto
de assassinar uma irmã, pessoa símbolo
da luta no local", disse o ministro.
Na viagem, o ministro também discutiu as
estratégias do Programa Nacional de Proteção
aos Defensores dos Direitos Humanos. "É
preciso evitar a impunidade. Onde há impunidade
a violência é reproduzida. Precisamos
dar o exemplo e buscar os criminosos e mandantes
desse crime".
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Irene Lobô