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SUSPEITO
DE SER MANDANTE DO ASSASSINATO DE DOROTHY
STANG JÁ FOI MULTADO PELO IBAMA
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Fevereiro de 2005
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17/02/2005 - Um dos
quatro suspeitos de envolvimento no assassinato
da missionária norte-americana Dorothy Stang,
que tiveram prisão decretada pela Justiça,
o pecuarista Vitalmiro Bastos de Moura já
havia sido autuado duas vezes pelo Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama). Em entrevista à Agência Brasil,
o gerente-executivo do órgão no Pará,
Marcílio Monteiro, informa que, no ano passado,
o fazendeiro recebeu duas multas, no valor total
de R$ 3 milhões - por desmatamento e por
ter provocado incêndio numa Área de
Preservação Permanente (APP) localizada
na região de Anapu (Pará).
Suspeito de ser o mandante do crime contra a religiosa,
ocorrido no sábado (12) em Anapu, município
localizado no oeste do estado, Moura foi autuado
em novembro de 2004 por provocar o incêndio
de mil hectares de floresta nativa em área
de preservação. A multa prevista no
Auto de Infração n° 370160 foi
de R$ 1,5 milhão.
De acordo com Marcílio Monteiro, a área
estava embargada pelo Ibama desde setembro do ano
passado. Segundo ele, a medida foi tomada depois
de o fazendeiro ter sido autuado por desmatamento
dos mil hectares de floresta sem autorização
do Ibama. "Além de ter desrespeitado
o embargo, Vitalmiro queimou a área para
plantar capim e fazer pasto", condena o gerente-executivo.
A multa definida no Auto de Infração
n° 370880 também foi de R$ 1,5 milhão.
Durante operações do órgão
realizadas entre agosto e novembro de 2004, foram
apreendidas em Anapu 30 motosserras e outros equipamentos
usados no desmatamento. Monteiro explica que as
autuações são medidas administrativas
e afirma que o caso foi encaminhado ao Ministério
Público do Pará, a quem cabe o pedido
para que o fazendeiro responda por crime ambiental.
De acordo com o representante do Ibama, outro fazendeiro
suspeito de participação da morte
de Dorothy, Regivaldo Pereira Galvão, também
foi autuado por fiscais do órgão no
ano passado. Galvão foi multado em R$ 1000
mil por provocar incêndio em 500 hectares
de floresta nativa. "Tenho impressão
de que há relação entre os
dois suspeitos", diz Monteiro.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Juliana Andrade