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FUNASA REFORÇA ATENDIMENTO
EM ALDEIAS INDÍGENAS PARA COMBATER
DESNUTRIÇÃO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Fevereiro de 2005
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25/02/2005 - O agravamento
do problema de desnutrição nas aldeias
indígenas do Mato Grosso do Sul, que culminou
com a morte de cinco crianças nos últimos
45 dias, levou a Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), órgão do
Ministério da Saúde, a reforçar
as equipes de atendimento e de educação
em saúde na região e a transferir
todo o gabinete do Departamento de Saúde
Indígena (Desai) para a cidade de Dourados.
Ontem (24) morreram duas crianças da aldeia
Bororó, no município de Dourados.
Uma menina de um ano e três meses morreu às
três horas da madrugada, quando estava sendo
transferida para o Centro de Reabilitação
Nutricional de Dourados, o Centrinho. A Funasa emitiu
nota sobre este caso, justificando que a criança
nasceu com baixo peso e tinha síndrome de
Down.
A nota alega que a menina era acompanha, há
cerca de um ano, por equipes multidisciplinares
da Funasa, que realizam todas as semanas avaliação
de peso e estatura de 90% das crianças menores
de cinco anos nas aldeias do estado. A menina que
morreu ontem passou por duas pesagens nos últimos
dias e, como foi constatada perda de peso, as equipes
de atendimento providenciaram sua remoção
para Dourados. A criança, porém, não
resistiu e morreu no caminho, diz a nota.
Hoje (25), o diretor do Desai, Alexandre Padilha,
viajou com toda sua equipe para Dourados, onde vai
supervisionar as ações de atendimento
à saúde do índio e combate
à desnutrição. Ele disse que
foram transferidos para esta cidade mais três
nutricionistas e dois médicos para reforçar
a equipe local, formada por quatro médicos,
três enfermeiras e diversos agentes indígenas
de saúde.
"Nós estamos utilizando esses profissionais
para mobilizar a comunidade local, inclusive a própria
comunidade indígena, para tentar diminuir
a resistência de algumas famílias em
aceitar a suplementação nutricional,
o acompanhamento dos profissionais e a própria
internação dos pacientes quando necessário",
disse Padilha.
O presidente da Funasa, Valdi Camarcio Bezerra,
informou, por sua vez, que foram enviados a Dourados
mais dois veículos às equipes de médicos,
enfermeiros e de educadores em saúde para
agilizar o atendimento à população
indígena. "Introduzimos melhorias no
atendimento à saúde no município,
como as ações do Centro de Reabilitação
Nutricional-Missão Kaiowá de Dourados
(Centrinho), credenciado pelo Sistema Único
de Saúde. E já estão sendo
implantados centros de referência para melhoria
alimentar em outros quatro municípios sul-mato-grossenses",
disse Valdi Camarcio. Os municípios são:
Amambaí, Japorã, Murandae e Paranhos.
Para acabar com o problema da subnutrição
crônica nas aldeias indígenas, Valdi
Camarcio informou que a Funasa adotou um conjunto
de medidas, como a ampliação da vigilância
nutricional para gestantes e parcerias com a Fundação
Nacional do Índio (Funai), Ministério
do Desenvolvimento Social, organizações
sociais locais, prefeituras, conselhos de defesa
da criança para o cuidado das crianças
e das famílias que estão abaixo da
curva nutricional. Também está sendo
formado na prefeitura de Dourados um comitê
com representantes da Funasa, da Funai e do Conselho
municipal de Saúde e profissionais de educação
indígena e da sociedade local para articular
ações de descentralização
para reduzir a mortalidade infantil.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Lourival Macedo