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IBAMA DE ALTAMIRA TEM 3
FISCAIS HABILITADOS PARA FISCALIZAR 11 MUNICÍPIOS
NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Altamira (PA) – Brasil
Fevereiro de 2005
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24/02/2005 – As condições
de trabalho do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama)
em Altamira (PA) são precárias. Três
fiscais habilitados e um carro funcionando são
os recursos disponíveis pelo órgão
para percorrer as longas distâncias da Transamazônica.
A base de Altamira é responsável pela
fiscalização de 11 municípios.
"É uma área muito grande para
a estrutura que nós temos. Fica difícil
trabalhar assim", afirma o chefe do escritório
regional do Ibama em Altamira, Elielson Soares Farias.
O Ibama deve assegurar o uso racional dos recursos
naturais, visando restringir a degradação
ambiental, a nível nacional. Mas, de acordo
com Elielson, a falta de pessoal e equipamento não
permite esse trabalho seja feito. "Hoje, nós
só conseguimos fazer a fiscalização
de desmatamentos, extração ilegal
de madeira e do período de defeso dos rios
[época de desova dos peixes]. Agora, temos
também que trabalhar na coordenação
das unidades de conservação e reservas
extrativistas", relata.
Desde a morte da missionária Dorothy Stang,
no último dia 12, policiais civis, federais
e militares foram deslocados para a área.
Elielson acredita que a integração
permanente das polícias, facilita o trabalho
do Ibama. "Um exemplo dessa ação
integrada foi a atuação na Terra do
Meio. O Exército, a Polícia Federal
e o Ibama estiveram juntos e foi de grande ajuda.
E resolvemos a situação", lembra.
O episódio a que refere Elielson é
recente. No início deste mês, madeireiros
bloquearam a rodovia BR-163, na região de
Novo Progresso – 754 quilômetros de Santarém
– num protesto contra o anúncio feito pelo
Ibama em dezembro. O órgão havia determinado
que não aprovaria a exploração
novas áreas de manejo e suspenderia 26 concessões
já aprovadas. Os madeireiros alegaram que
a decisão geraria o aumento do desemprego
na região e na tentativa de revogar as medidas,
fecharam a rodovia.
Grilagem de terras, trabalho escravo, exploração
ilegal de madeira são alguns problemas encontrados
pelo órgão nos municípios onde
atua. Diante disso, Elielson afirma que o ordenamento
fundiário é outra necessidade da região,
que há mais de 30 anos sofre com os conflitos
entre madeireiros, grileiros, posseiros e agricultores
pela posse das terras. "Trinta anos passivos
na questão da regularização
de terras é muito tempo. Os governos só
colocam para baixo do tapete essas questões
e não partem para resolver o problema. Isso
cria grande dificuldade. É importante resolver
isso", diz.
Para ele, a regularização das terras
resolveria a maior parte dos conflitos fundiários.
"A gente saberia quem são os donos das
terras. Aí não teria mais problema.
Facilitaria o trabalho." Além disso,
Elielson lembra que o reforço no quadro de
funcionários também é necessário
para manter a segurança da região.
"Não adianta chegar apenas carros, precisamos
de gente para operar esses veículos. Assim,
as equipes terão como realizar bem seu trabalho",
conclui.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel e Christiane Peres