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COMEÇA GESTAO INTEGRADA DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO EM RONDÔNIA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005

(8/3/05) - O Ibama se prepara para começar este ano uma experiência de gestão integrada em uma área de cerca de 400 mil hectares em Rondônia. As terras incluem a Estação Ecológica de Cuniã (53 mil ha), a Reserva Extrativista do Lago do Cuniã (55 mil ha) e a Floresta Nacional de Jacundá (220 mil ha). Além das unidades federais, o projeto inclui também duas florestas estaduais que somam, juntas mais 100 mil ha. À exceção da Estação Ecológica, nas demais unidades de conservação é possível o uso sustentável dos recursos naturais da fauna e da flora nativas e a implementação de turismo ecológico (foto 1). Tais atividades serão o foco do trabalho no estado.
O objetivo do projeto é levar desenvolvimento para as comunidades locais sem destruir o patrimônio natural, o que na linguagem técnica denomina-se 'desenvolvimento sustentável'. Na prática, o projeto começará com a elaboração de um plano de manejo compartilhado, onde a população, assessorada por um grupo de trabalho constituído por técnicos do Ibama, da ong CPPT Cuniã e da Embrapa, definirá quais são as atividades mais apropriadas para a região. As atividades deverão incluir os habitantes das unidades de conservação (reserva extrativista e florestas) e os moradores do entorno dessas áreas protegidas.
As primeiras reuniões envolvendo as instituições e a população local ocorreram no em junho de 2004, desencadeando o I Seminário de Lideranças Ribeirinhas, realizado em dezembro, no Distrito de São Carlos, Porto Velho. Outras reuniões estão previstas para o ano de 2005, conforme explicou a bióloga Carolina Fonseca, do Ibama, uma das integrantes do grupo de trabalho. Segundo ela, a região tem enormes potencialidades econômicas e poderá receber projetos de desenvolvimento. "Precisamos preparar as comunidades para a discussão que vai definir o futuro da região. Uma coisa é certa: as atividades terão que incluir os aspectos social e ambiental para que o crescimento se dê de maneira sustentável", disse.
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) na estação ecológica, a única atividade permitida é a pesquisa científica. Nas demais unidades envolvidas no projeto, a flexibilidade é bem maior. Nesse caso, a lei permite o uso múltiplo dos recursos florestais e o manejo de alguns animais silvestres para uso comercial, desde que contemplados no plano de manejo da UC. Nas unidades de uso sustentável, também deverão ser incluídos o turismo ecológico, artesanato, a extração de resinas e frutas e a gestão comunitária dos recursos pesqueiros, para garantir a manutenção dos estoques de espécies como pirarucu, tucunaré, tambaqui, jatuarana, entre outros.

Mosaico

De acordo com a bióloga Sônia Mendonça, da Gerência Executiva do Ibama de Rondônia, a administração de áreas protegidas por meio da política de gestão de mosaicos é uma tendência mundial para governos e organizações ligadas à preservação, à conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Segundo eles, as unidades escolhidas para integrar a experiência em Rondônia estão incluídas no corredor ecológico binacional Guaporé/Itenez-Mamoré (Brasil-Bolívia).
A bióloga esclarece que no tipo de gestão que se pretende implementar em Rondônia, as áreas protegidas, quando permitido, funcionarão como núcleos que integrarão atividades de sistema agro-florestais (SAFs), manejo florestal, turismo e uso comercial sustentado de alguns animais silvestres como forma de promover a renda nas comunidades e garantir a preservação ambiental e a manutenção da cultura local.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Ascom (Jaime Gesisky)

 
 
 
 

 

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