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GOVERNOS QUEREM ESTIMULAR
AGRICULTURA PARA ENFRENTAR DESNUTRIÇÃO
ENTRE GUARANI-KAIOWÁ
Panorama
Ambiental
Dourados (MS) – Brasil
Março de 2005
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Dourados (MS) – Órgãos
públicos federais, estaduais e municipais
estão articulando ações conjuntas
para enfrentar os problemas de desnutrição
na área indígena guarani-kaiowá
de Dourados (220 km a sudoeste de Campo Grande)
com o estímulo a projetos de agricultura.
"Temos R$ 3 milhões este ano para apoiar
projetos de produção, beneficiamento
e comercialização, mas precisamos
de ajuda dos órgãos que têm
trabalho lá dentro das áreas para
que os projetos cheguem até nós",
diz Rui Barbosa. Ele é o assessor técnico
do Ministério do Meio Ambiente responsável
pelo programa chamado Carteira Indígena –
que concede créditos de até R$ 50
mil reais para cada projeto.
Além do MMA, estão envolvidos na formação
de uma "rede de apoio" a essas iniciativas
representantes da Fundação Nacional
do Índio (Funai) e da Empresa Brasileira
de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A Prefeitura
de Dourados, o governo de Mato Grosso do Sul e organizações
não-governamentais também devem auxiliar.
"Estamos diante de uma situação
social e histórica que nos deixa totalmente
amarrados se não atuamos de forma multidisciplinar
e interinstitucional para apoiar um sistema de produção
alternativo", afirma Vito Comar, do Instituto
de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Imad).
Apesar de considerar que o empenho nesse apoio aos
projetos de agricultura é fundamental para
melhorar a qualidade de vida dos índios,
a Funai acredita que a solução definitiva
depende da demarcação e homologação
de novas terras indígenas para os guarani-kaiowá.
"Já ficou evidente para a sociedade
brasileira que esse problema da desnutrição
está intimamente relacionado à falta
de terras para os guarani", afirma Odenir Oliveira,
coordenador regional da Funai em Mato Grosso do
Sul. Em Dourados, a reserva mais populosa da região,
cerca de 11 mil índios vivem em 3500 hectares.
Segundo a Fundação Nacional de Saúde
(Funasa), foram examinadas no período 2131
crianças nas aldeias do sul do MS, onde vivem
cerca de 37 mil guaranis kaiowás. Foram encontrados
21 casos de desnutrição grave, 106
casos de desnutrição moderada, 328
casos de crianças em situação
de risco nutricional e 38 casos de sobrepeso. As
1638 crianças restantes estão em situação
considerada adequada. Essa, entretanto, é
apenas a avaliação preliminar, feita
a partir do resultado da relação entre
os índices de peso e altura.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel