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DOCUMENTÁRIO DEBATE
AÇÃO DE ONGs ESTRANGEIRAS
NA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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23/03/2005 - A atuação
das organizações não-governamentais
(ONG’s) estrangeiras na Amazônia foi colocada
em confronto pelos principais debatedores que participam
do documentário "Amazônia-terra
cobiçada", veiculado pelas rádios
Nacional da Amazônia e de Brasília.
"Tem umas, todos nós sabemos, que não
estão aqui para melhorar a vida do nosso
caboclo", disse o general Cláudio Barbosa
Figueiredo, chefe do Comando Militar da Amazônia.
Ele acrescentou que essas têm intenções
"às vezes até desconhecidas".
Leide Aquino, do Grupo de Trabalho Amazônico
(GTA), que reúne mais de 500 associações
que trabalham no terceiro setor na Amazônia,
discordou da opinião do general afirmando
que "essa história de internacionalização
da Amazônia pelas ONG’s não é
verdade". Ela disse que a intenção
é o contrário, ou seja, "amazonizar"
o mundo. "Eu acho que existem ONG’s importantes",
afirmou o governador do Amazonas, Eduardo Braga,
acrescentando, no entanto, que "há organizações
que realmente não condizem com respeito às
questões éticas."
Para o diretor-geral do Museu Paraense Emilio Goeldi,
Peter Mann de Toledo, outro a participar do debate,
as organizações não-governamentais
que trabalham na Amazônia deveriam receber
maior controle do processo de atuação
em determinadas ações, como acontece
com as instituições públicas.
"A secretária-geral da Organização
Tratado de Cooperação Amazônica
(Otca), Rosalia Arteaga, também acha que
"como em tudo, devemos ter ONG’s na Amazônia
que são boas e outras que não sejam".
Ela disse que a Otca não trabalha direto
com essas organizações, mas com os
governos.
O diretor-geral do Sistema de Proteção
da Amazônia (Sipam), Edgard Fagundes, informou
que o órgão não trabalha diretamente
com as ONG’s na Amazônia e por isso não
repassa informações do sistema para
elas. "Mas à medida que uma ONG, disse
o diretor, tem convênio com o Ibama ou com
um órgão parceiro do Sipam, ela também
tem acesso a essas informações."
Já o diretor do Museu Goeldi destacou a necessidade
de diferenciar "a questão das ONG’s
com relação ao acesso às informações
e ao tratamento de informações ligadas
aos recursos naturais de propriedade das populações
tradicionais". O antropólogo Rubens
Tomas de Almeida, da Universidade Federal do Mato
Grosso do Sul, depois de distinguir as organizações
que têm pretensão "nacionalista",
lançou uma última questão no
debate "A força do terceiro setor":
"certamente haverá ONG’s que estão
de certa maneira tentando obter informações,
dados, para transportar a outros, enfim, que têm
interesse na globalização da Amazônia".
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Eduardo Mamcasz