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PROMOTOR DO PARÁ
DIZ QUE NÃO HÁ ELEMENTOS SOBRE
SUPOSTO “CONSÓRCIO” PARA MATAR DOROTHY
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2005
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31/03/2005 - A possível
existência de um "consórcio"
de mandantes para financiar o assassinato da missionária
Dorothy Stang voltou à tona após o
primeiro depoimento de Vitalmiro Bastos de Moura,
o Bida, fazendeiro acusado de envolvimento no crime
da missionária. Em depoimento à PF
de Altamira, Vitalmiro disse que outras pessoas
estariam envolvidas no crime.
De acordo com o promotor de Justiça do Pará,
Lauro Freitas, essa hipótese já foi
descartada. "Não contamos mais com essa
hipótese. O Bida cita algumas pessoas que
estariam envolvidas nesse consórcio [Laudelino
Délio Fernandes Neto e Regivaldo Pereira
Galvão, o Taradão], mas a única
relação que ele estabelece com essas
pessoas em seu depoimento é uma relação
comercial", afirmou o promotor.
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR), presidente
da CPMI da Terra, acredita que a polícia
terá dificuldade e muito trabalho para concluir
as investigações sobre a morte da
irmã Dorothy. "Não há
diferenças nos depoimentos. Todos se referem,
basicamente, ao desconhecimento dos fatos. Alegam
inocência absoluta e dizem que são
vítimas de injúria. Não há,
nesse tipo de depoimento, qualquer avanço
em relação à responsabilização
do crime. Por isso, creio que a polícia terá
muito trabalho para concluir os procedimentos",
disse ele.
O senador ressaltou que espera inteligência
no depoimento do fazendeiro Bida. "Creio que
seria inteligente da parte dele colaborar com a
justiça. Com isso, ele pode se valer da legislação,
que permite a redução da própria
pena, ao colaborar com a justiça. Imagino
que viria na defesa do seu próprio interesse
que ele esclarecesse os fatos". Bida está
sendo ouvido nesta tarde pela comissão. Segundo
Dias, há "alguma esperança que
ele fale algo novo" que ajude no caso. "Ele
só terá benefícios com isso",
enfatizou.
Álvaro Dias atribui a violência no
campo no estado do Pará à falta de
autoridades civis e militares capazes de combater
o crime na região. "Precisamos reestabelecer
autoridades em todo o interior do Pará, especialmente,
na região oeste, para que esse processo de
violência e impunidade seja contido",
afirmou o senador. Segundo ele, depois que o deputado
João Alfredo (PT-CE) concluir o relatório
final da comissão, o Ministério Público
poderá aprofundar as investigações
e responsabilizar civil e criminalmente as pessoas
identificadas como responsáveis pelos crimes.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Christiane Peres