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COMISSÃO DISCUTE
INTERNACIONALIZAÇÃO DA AMAZÔNIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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07/04/2005 - O secretário
de Política e Estratégia e Assuntos
Internacionais do Ministério da Defesa, almirante
de esquadra Miguel Ângelo Davena, e o secretário-geral
do Ministério das Relações
Exteriores, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães,
defenderam a necessidade de investimentos brasileiros
na defesa da Amazônia em audiência pública
nesta quinta-feira (7) na Comissão de Relações
Exteriores e Defesa Nacional (CRE). O requerimento
para a realização da reunião
sobre o tema "A Internacionalização
da Amazônia: Risco Real, ou Temor Infundado"
foi apresentado pelo senador Jefferson Peres (PDT-AM).
Davena informou que, nos últimos 40 anos,
a presença de militares brasileiros na Amazônia
subiu de mil soldados para 25 mil. Em sua opinião,
o desenvolvimento econômico nas faixas de
fronteiras deverá ser feito com a ocupação
gradual e sistemática dessas áreas,
por meio de políticas do governo.
O almirante destacou que a Amazônia legal
representa cerca de 60% do território brasileiro.
Ele observou que a região abriga um terço
das florestas do planeta e uma bacia hidrográfica
que, com seus recursos hídricos, representa
um quinto da disponibilidade de água doce
do mundo. Também ressaltou que a região
tem uma rica biodiversidade, com cerca de oito milhões
de espécies; ocupa uma área geográfica
que corresponde à vigésima parte da
superfície terrestre; e possui reservas minerais
de ferro, manganês, cobre, cassiterita, bauxita,
caulim, ouro, gás, petróleo.
Cobiça
Como exemplo da cobiça de países estrangeiros
em relação a Amazônia, Pinheiro
Guimarães citou declarações
do ex-comissário da União Européia,
Pascal Lamy, que é candidato a diretor geral
da Organização Mundial do Comércio
(OMC). Segundo Guimarães, ao ser perguntado
sobre a possibilidade de internacionalização
da Amazônia, Lamy teria dito que não
se deve pensar em propriedade da região,
mas em "gestão coletiva". O governo
brasileiro, como ressaltou o embaixador, fez, imediatamente,
uma nota de repúdio às declarações
do ex-comissário da União Européia.
- Em uma palestra sobre governança mundial,
Pascal Lamy perguntou se a água, a pesca,
as florestas tropicais e a segurança dos
mercados não poderiam ser bens públicos
comuns, da comunidade internacional. - acrescentou
Pinheiro Guimarães. Ele também disse
que a biopirataria é a ameaça real
à soberania brasileira na região.
A ex-embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Donna
Hrinak, compareceu à comissão no momento
em que se discutia a autenticidade de um livro americano
onde o mapa do Brasil aparecia desvirtuado. Segundo
os senadores, no mapa, que estaria sendo divulgado
na Internet, a Amazônia teria sido denominada
"Área de Preservação Internacional."
Donna Hrinak negou a existência de livro americano
com tal mapa.
Debate
Ao participar de audiência pública
na Comissão de Relações Exteriores
e Defesa Nacional (CRE), nesta quinta-feira (7),
o senador Eduardo Suplicy (PT-DF) ouviu do Almirante-de-Esquadra,
Miguel Ângelo Davena, em resposta a sua pergunta,
que nenhum avião foi abatido na Região
Amazônica depois da promulgação
da Lei de Abate.
Clóvis Brigagão, outro convidado para
a reunião, respondeu também a Suplicy
que há dez anos não se tem notícias
das atividades do Sistema de Proteção
da Amazônia. Em aparte, a senadora Ana Júlia
Carepa (PT-PA) informou sobre projeto recente do
órgão, que fez convênio com
o Instituto Militar de Engenharia (IME), para realizar
o geo-referenciamento na Amazônia, iniciando
pelas áreas de maior tensão social.
O Almirante Davena, respondendo à senadora
Ana Júlia Carepa (PT-PA), explicou ainda
que a frota brasileira de navios não é
numericamente adequada à defesa da Amazônia,
mas pode ser aumentada a qualquer momento por meio
do deslocamento de outras embarcações
para a região. Ele informou também
que, no caso de conflitos com potências centrais,
o Exército tem treinado estratégia
específica de resistência.
O senador Cristovam Buarque(PT-DF) declarou que,
em conversa com Pascal Lamy, ouviu dele a afirmação
de não ter se referido à Amazônia
quando propôs, numa conferência em Genebra,
a gestão internacional das florestas tropicais.
Fonte: Agência Senado (www.senado.gov.br)
Assessoria de imprensa