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GOELDI DEBATE ARQUEOLOGIA
E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO
EM CANAÃ DOS CARAJÁS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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08/04/2005 Pesquisadores
e técnicos do Museu Paraense Emílio
Goeldi (MPEG), vinculado ao Ministério da
Ciência e Tecnologia, movimentam o município
de Canaã dos Carajás (PA) e arredores
com uma programação voltada para a
arqueologia e educação patrimonial.
O evento será realizado no período
de 8 a 17 deste mês, na Casa de Cultura da
cidade, situada no sudeste do estado. A Semana de
Arqueologia e Educação Patrimonial,
evento educativo e cultural, será composta
por palestras, exposições, apresentação
de vídeo e lançamentos de livros e
revistas.
O evento começa nesta sexta-feira (8), às
19h, com a abertura da exposição Memória
Cultural, marcas do passado em artefatos do presente.
A mostra reúne fotografias, objetos de cerâmica,
desenhos e pinturas, tudo confeccionado pelos participantes
das oficinas de educação patrimonial.
Tais oficinas são oferecidas pelo MPEG como
parte do Projeto de Educação Patrimonial,
por sua vez vinculado ao Programa de Arqueologia
Preventiva, ambos patrocinados pela Companhia Vale
do Rio Doce (CVRD).
Ainda na abertura, Edithe Pereira, chefe do Setor
de Arqueologia do Museu Goeldi, apresentará
aos participantes do evento O Trabalho do Arqueólogo
e a Arqueologia em Canaã dos Carajás.
Em seguida, Janice Lima, coordenadora do projeto
de educação, ministrará a palestra
Educando para o Conhecimento e Preservação
do Patrimônio Arqueológico de Canaã
dos Carajás.
Durante a Semana haverá também o lançamento
de duas publicações: o livro Educação
Patrimonial na Área do Projeto Serra do Sossego
– Canaã dos Carajás , de autoria de
Janice Lima e que traz informações
sobre os sítios arqueológicos, a história
do município e os processos de educação
patrimonial desenvolvidos nessa região; e
da revista em quadrinhos Uma visita ao sítio
arqueológico, que aborda de forma didática
e lúdica conceitos relacionados à
arqueologia.
As palestras serão reapresentadas neste sábado
(9), às 9h e às 14h, quando haverá
o lançamento do caderno Povo Indígena
da Aldeia Kanaí , escrito por Nilza Atikun,
da aldeia Kanaí, localizada nos arredores
de Canaã dos Carajás. Durante toda
a programação será exibido
o vídeo documentário Arqueologia e
Educação em Canaã dos Carajás
, do cineasta Silvio Figueiredo e que também
está sendo lançado nesse evento.
Arqueologia
As pesquisas arqueológicas em Canaã
dos Carajás começaram em 2000, por
meio de um convênio firmado entre o Museu
Goeldi e a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), para
a realização de um levantamento sobre
o potencial arqueológico da área do
Projeto Sossego, empreendimento minerador voltado
para a extração do minério
de cobre e de ouro.
Os primeiros sítios arqueológicos
foram encontrados já em 2001, quando se iniciaram
as atividades de salvamento e o resgate de peças
arqueológicas encontradas nesses locais.
Segundo Edite Pereira, esses sítios são
resquícios de antigas aldeias indígenas.
“Já coletamos mais de 20 mil fragmentos de
cerâmicas, além de lâminas de
machados em pedra e vasilhames de cerâmica
inteiros, da tradição ceramista Tupi-guarani”.
Entre os objetos descobertos foram encontrados urnas
funerárias com esqueletos humanos – o que
é raro em função das condições
ambientais da região.
Segundo a pesquisadora, a maioria dos sítios
encontrados estava bastante destruída pela
ação humana. “Apenas o sítio
Domingos, localizado às margens do Rio Paraoapebas,
foi encontrado parcialmente intacto, e é
deste local que estamos retirando a maior quantidade
de peças inteiras”, revela.
Educação
Além de estudos de avaliação
dos impactos sobre o patrimônio arqueológico
da área do Projeto Sossego, o Museu Goeldi
iniciou em 2002, também em parceria com a
Companhia Vale do Rio Doce, um projeto de educação
patrimonial voltado para a população
local e que tem como temática principal o
patrimônio arqueológico da região.
Participam do projeto mais de duzentos moradores,
entre adultos e crianças, do centro urbano
de Canaã dos Carajás, da aldeia indígena
de Kanaí e das vilas de Bom Jesus, Planalto,
Ouro Verde e Mozartinópolis.
Segundo a coordenadora do projeto, Janice Lima,
o programa abrange vários conteúdos,
como identidade e diversidade cultural, história
da arte, fundamentos da arqueologia, processos de
ocupação do espaço geográfico
e histórico etc., que são tratados
em oficinas de percepção cultural,
desenho, pintura, cerâmica, educação
musical, entre outras.
Além das oficinas, outras atividades integram
o programa, como visitas aos sítios arqueológicos,
museus e outros espaços culturais, encontros
e palestras sobre educação patrimonial,
exposições, feiras, produção
de mídias pedagógicas e divulgação
do projeto em simpósios e congressos.
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa