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INDÍGENA CONFIRMA DENÚNCIAS CONTRA ONG, MISSIONÁRIA E PT

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005

07/04/2005 - Em audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quinta-feira (7), o agricultor Adair Gonçalves Sanches, residente em Amambai (MS) confirmou denúncias feitas por ele, lavradas em cartório em 1992, contra a organização não-governamental Projeto Kaiowá Nhandeva (PKN), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), ligado à Igreja Católica, e o Partido dos Trabalhadores (PT).
Segundo o indígena, os índios são levados a dizer que determinadas regiões são "terras indígenas", de forma a facilitar a desapropriação dessas propriedades. Questionado pelo senador João Capiberibe (PSB-AP), Adair Sanches disse ter sido levado ao cartório pelo fazendeiro Egídio Bruno, proprietário de uma fazenda de mate da região, grande empregadora de indígenas e onde o avô e o pai de Adair trabalharam por muitos anos.
O senador Juvêncio da Fonseca (PDT-MS) informou que Adair Gonçalves Sanches foi vereador na cidade onde mora. Juvêncio leu o documento assinado por Adair em que o indígena acusa o Cimi, a PKN e o PT de "usar malandragem fazendo montagens no Mato Grosso do Sul".
- O PKN recebe verba do exterior em nome do povo, só que o dinheiro não chega aos indígenas - reclamou Adair Sanches.
O índio relatou que foi, por três anos, companheiro dessas pessoas, que na verdade se trata de "agitadores que pegam rios de dinheiro dizendo que fazendas são terra indígena". Adair disse que não é contra a demarcação de reservas indígenas e sim contra o uso do nome dos índios para arrecadar dólares no exterior.
- Eles não querem ver o índio se civilizar, melhorar. Se o índio estudar vai ver o que eles fazem. Enquanto tiver as entidades, sempre vai ter conflito com fazendeiro e índio - disse.
O senador Juvêncio da Fonseca ressaltou que, em 2002, houve apenas uma invasão de terras no Mato Grosso do Sul. Em 2003, comparou, já foram 15; e, em 2004, chegaram a 17. Adair Sanches também criticou a atuação da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) no Mato Grosso do Sul. Afirmou que "branco faz discurso aqui em Brasília, mas na prática faz tudo ao contrário".

Subcomissão

Foram aprovados três requerimentos determinando a realização de audiências públicas. O senador Romeu Tuma (PFL-SP) pediu a presença do sub-procurador-geral da República, Eugênio José Guilherme de Aragão, para debater a questão indígena no Brasil. O senador Juvêncio da Fonseca teve aprovado pedido para que sejam ouvidos o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Mércio Pereira Gomes, e o secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda. O senador João Capiberibe apresentou requerimento pedindo a presença de representantes do Cimi e da ONG PKN, a fim de responder as denúncias feitas por Adair Sanches.
Ao fim da reunião, houve eleição para a presidência da Subcomissão Permanente da Igualdade Racial e Inclusão. O presidente eleito do colegiado foi o senador Paulo Paim (PT-RS) e o vice, o senador Mão Santa (PMDB-PI). O senador Juvêncio da Fonseca informou que na a próxima reunião da CDH será no dia 28.

Fonte: Agência Senado (www.senado.gov.br)
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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