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ONGs E INDÚSTRIA
QUEREM BANIR MADEIRA ILEGAL E PREDATÓRIA
NA UNIÃO EUROPÉIA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005
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08-04-2005 - Bruxelas
(Bélgica) Empresas madeireiras européias
uniram-se ao Greenpeace, WWF e FERN (Rede de Recursos
Florestais da Europa) para pedir que a União
Européia adote medidas e leis mais rigorosas
quanto à importação de madeira
ilegal e predatória.
Um documento elaborado pelas três ONGs e assinado
por mais de 70 empresas européias foi apresentado
hoje em uma conferência sobre a iniciativa
FLEGT (sigla em inglês para Implementação
da Legislação Florestal, Governança
e Comércio), organizada pelo Greenpeace,
WWF e FERN, no Parlamento Europeu, em Bruxelas.
No documento, empresas como B&Q, Homebase and
Habitat (Reino Unido), Castorama (França),
Ikea e Skanska (Suécia), Unital (União
das Indústrias Italianas de Móveis
de Madeira), JYSK Nordic (Dinamarca) e Puertas Luvipol
(Espanha) pedem regras claras para acabar com a
ilegalidade no comércio de produtos florestais.
"Empresas envolvidas com o comércio
de madeira ilegal não cumprem padrões
ambientais e sociais básicos, que se traduzem
em desestabilização dos mercados internacionais,
ameaça aos empregos de qualidade e competição
desleal. Sem um marco legal claro, empresas que
atuam com responsabilidade e querem investir em
práticas sustentáveis estarão
sempre em desvantagem", afirmou André
de Boer, diretor da Federação de Comércio
de Madeira da Holanda.
A União Européia é um dos maiores
importadores de madeira e produtos derivados, com
papel importante no comércio de madeira ilegal
e predatória. Boa parte da madeira comercializada
já está legalizada quando chega aos
países importadores, porém deixam
um rastro de ilegalidades nos países produtores
- como grilagem de terras, falsificação
de documentos, destruição ambiental,
evasão fiscal e exploração
de trabalhadores, entre outras. "A União
Européia deve agir imediatamente, adotando
medidas rigorosas para acabar com a madeira de origem
criminosa. Além disso, tem a responsabilidade
de promover o bom manejo florestal em todo o mundo",
afirma Marcelo Marquesini, da campanha da Amazônia
do Greenpeace.
A exploração ilegal e predatória
de madeira é frequente na Amazônia.
Ela contribui para a destruição da
biodiversidade e empobrecimento de milhões
de pessoas que dependem das florestas para manter
seu modo de vida tradicional. As práticas
ilegais estimulam conflitos sociais e estão
frequentemente associadas ao crime organizado. "Esse
tipo de iniciativa sinaliza que, em breve, o mercado
europeu estará fechado para as empresas que
continuarem desrespeitando a legislação
ambiental, fiscal e trabalhista na exploração
florestal", diz Marquesini.
Em maio de 2003, a Comissão Européia
(órgão responsável pelas políticas
econômicas da UE) adotou um Plano de Ação
para a Implementação da Legislação
Florestal, Governança e Comércio (FLEGT)
e submeteu ao seu conselho uma proposta de acordos
de parceria voluntária com países
produtores. O objetivo é melhorar a governança
no setor florestal e implementar um sistema de rastreamento
para garantir que apenas madeira legal seja exportada
para a Europa. Embora a proposta possa ter um impacto
positivo, sob certas circunstâncias, as ONGs
e a indústria concordam que apenas a abordagem
voluntária é insuficiente para solucionar
o problema.
Desde o início de março o Greenpeace
realizou várias ações denunciando
a chegada de madeira ilegal à Finlândia
e Portugal, países que ainda não se
comprometeram publicamente com o plano de ação
FLEGT da União Européia.
As ONGs também ressaltam que a madeira proveniente
de desmatamento é tão destrutiva quanto
a ilegal e também deve ser contida. "Proibir
a madeira ilegal na Europa é apenas o primeiro
passo para se obter o manejo florestal", conclui
Marquesini.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa