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SAÚDE INDÍGENA
ENFRENTA DIFICULDADES CULTURAIS, AVALIA
SENADOR
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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07/04/2005 – O senador
João Capiberibe (PSB-AP), da Comissão
de Direitos Humanos do Senado, avalia que não
faltam recursos financeiros para as ações
públicas na saúde indígena,
mas que a área enfrenta dificuldades de ordem
cultural. "Nós temos uma grande dificuldade
de tratar as pessoas indígenas, devido ao
grande abismo cultural que nos separa. Imagina o
índio chegando no hospital privado para atendimento
pelo SUS, ou pela Funasa, ele não será
muito bem recebido. Até mesmo os pobres brancos
são mal recebidos, imagine os índios",
afirmou hoje o senador, após sessão
em que a CDH ouviu o diretor do Departamento de
Saúde Indígena da Funasa, Alexandre
Padilha.
Capiberibe também avalia que há um
problema de gerenciamento dos recursos repassados
para as "entidades parceiras" – associações
ou ONGs que executam ações de saúde
indígena em áreas isoladas, mediante
repasse de dinheiro da Funasa. "Evidente que
devem ocorrer inúmeros problemas de gestão
e até mesmo a irregularidade na aplicação
de recursos", afirmou o senador. Ele disse
que a Comissão deve convocar para novas audiências
os envolvidos com essas entidades.
O senador lembra também que, no caso dos
índios de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul,
há uma questão adicional que é
a falta de terras. "Há muito índio
para pouca terra. Essa equação é
uma equação política: reconhecer
os direitos dos povos indígenas à
terra, tomar uma decisão política
e devolver a terra".
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Spensy Pimentel e Marília Santos