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PRESIDENTE DESTITUÍDO
DA ELETRONUCLEAR DIZ QUE SAIU POR DEFENDER
PROGRAMA NUCLEAR BRASILEIRO
Panorama
Ambiental
Rio de Janeiro (RJ) – Brasil
Abril de 2005
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14/04/2005 - O nome
do novo presidente da Eletronuclear será
anunciado hoje (14), na sede da empresa, depois
da reunião do Conselho de Administração,
que acontece agora a tarde. O escolhido substituirá
o físico nuclear Zieli Dutra Thomé
Filho, que estava no cargo há dois anos e
quatro meses, desde o início do Governo do
Presidente Luís Inácio Lula da Silva.
Zieli Dutra, em entrevista à Agência
Brasil, disse que desconhece o motivo de sua saída,
mas suspeita que a decisão pode estar relacionada
às suas posições como cientista
de âmbito internacional favorável a
um programa nuclear brasileiro "forte, intenso,
e estratégico, envolvendo a Nuclep, a ANB,
a Marinha na fabricação das outras
centrífugas de última geração
desenvolvidas por cérebro brasileiros".
"É nacionalismo e estamos falando de
fins pacíficos, nada além disso, mas
temos condições, com um pouquinho
mais de esforço, de construir Angra 3 e gerar
enriquecimento de urânio que pode vir até
a ser vendido, a médio prazo, como serviço
para as demais usinas do mundo", defendeu.
"O mundo hoje tem 440 usinas construídas,
mais 25 em construção e algumas sendo
encomendadas. Os EUA estão estendendo a vida
útil de suas 104 usinas para, depois de 2030,
partir para produção de fabricação
em grande escala de hidrogênio, em substituição
ao petróleo."
Zieli defendeu-se destacando que a empresa tecnicamente
está muito bem e a direção
tem mantido as usinas em total nível de segurança,
com respeito ao ser humano e ao meio ambiente. Do
ponto de vista econômico e financeiro, o físico
disse que tem feito o máximo para viabilizar
a empresa num novo contexto de comercialização.
"Em contato com os ministros e com a Secretaria
do Tesouro já estamos numa finalização
de uma solução definitiva capaz de
transformar essa empresa numa empresa realmente
rentável."
O físico nuclear disse que recebeu a informação
de sua substituição há poucos
dias, diretamente do presidente do Conselho de Administração,
que adiou a data da reunião do grupo para
tratar do assunto. Para Zieli Dutra, "o governo
tem que decidir se coloca o país numa posição
de destaque internacional ou então desprezar
e desmontar todo um programa nuclear brasileiro
que começou antes de nós, por outros
cérebros. Temos que ter muito orgulho desse
projeto, porque muita coisa já foi feita
com cérebros nacionais. Vale muito mais a
capacidade cerebral de uma equipe de um país
do que simplesmente ficar se preocupando com os
recursos arrecadados".
O ex-presidente da Eletronuclear explicou ainda
que a sua substituição aconteceu depois
da reunião do Conselho Nacional de Política
Energética, que tinha em pauta diversos assuntos,
inclusive a retomada da construção
de Angra 3, "frustrada", segundo Zieli.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Norma Nery)