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PROMOTOR NÃO TEM
DÚVIDA DE QUE FAZENDEIROS FIZERAM
CONSÓRCIO PARA FINANCIAR MORTE DE
DOROTHY STANG
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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15/04/2005 - O promotor
do Ministério Público do estado do
Pará Lauro Freitas Júnior disse não
ter dúvidas de que o fazendeiro Vitalmiro
Bastos de Moura, o Bida, e o pecuarista Regivaldo
Pereira Galvão, o Taradão, fizeram
um consórcio para financiar o assassinato
da missionária Dorothy Stang. Freitas Júnior
acompanha as investigações sobre o
assassinato, ocorrido no dia 12 de fevereiro em
Anapu (PA).
Para o promotor, a tese de formação
de consórcio se fortaleceu após a
acareação entre os dois e o acusado
de ser intermediário do crime, Amair Feijoli
da Cunha, o Tato, realizada na última sexta-feira
(8). "Para o Ministério Público,
já está bem claro que os dois tiveram
participação como mandantes do crime
contra a irmã Dorothy, configurando, dessa
forma, um consórcio", afirmou o promotor,
em entrevista à Agência Brasil. Ambos
os suspeitos já estão presos, assim
como os pistoleiros Rayfran das Neves Sales e Clodoaldo
Carlos Batista e o acusado de ser o intermediário
do crime, Amair Feijoli da Cunha.
Segundo Lauro Freitas Júnior, Galvão
e Moura teriam encomendado o assassinato da freira
e iriam pagar R$ 50 mil aos pistoleiros. "O
fato mais importante da acareação
foi que o Tato confirmou o que já tinha dito
em depoimento à Polícia Civil e à
Polícia Federal, ou seja, o envolvimento
de Vitalmiro Bastos de Moura como mandante do assassinato
da irmã Dorothy. Outro fato importantíssimo
também foi que, segundo o Tato, Bida deixou
bem claro que o rateio seria feito com o Regivaldo
Pereira Galvão", destacou.
De acordo com o promotor, Tato também revelou
que, um mês antes do assassinato da freira,
ouviu uma conversa entre os dois suspeitos de serem
os mandantes do crime, na qual Galvão teria
dito que eles só teriam paz em Anapu com
o "fim da irmã Dorothy". "Essa
é outra informação que dá
mais veracidade às informações
do Tato, em relação ao envolvimento
do Regivaldo".
Além disso, Lauro Freitas Júnior destacou
que, durante a acareação, surgiram
elementos que reforçam o envolvimento de
Vitalmiro Bastos de Moura no crime. Um deles é
que a arma usada para matar a missionária
teria sido fornecida aos pistoleiros pelo próprio
Bida, um mês antes da execução.
Segundo o promotor, outra informação
relevante é que, de acordo com Tato, uma
semana antes do crime, o fazendeiro contratara outro
pistoleiro, conhecido como Saintclair, para matar
a irmã Dorothy. "Só que, como
a irmã Dorothy não se encontrava no
município, esse pistoleiro se retirou da
cidade e, a partir daí, foi que o Bida contratou
o Tato para chegar aos dois executores, Rayfran
e Clodoaldo", explicou. Freitas Júnior
disse que esse pistoleiro seria de Marabá
(PA) e ele que também está sendo investigado
pela polícia.
O promotor disse ainda que, durante a acareação,
Galvão negou as acusações e
Bida permaneceu calado. "Porém, percebeu-se
que Tato estava bastante seguro em suas informações,
o que nos leva a crer que se confirma a participação
de Vitalmiro e ainda se investiga com mais profundidade
a participação de Regivaldo Galvão",
avaliou o delegado da Polícia Civil Waldir
Freire, que conduz as investigações
sobre o caso.
No entendimento do delegado, apesar dos indícios,
ainda não é possível afirmar
que houve, de fato, formação de um
consórcio para financiar a execução
da freira. "Há indicativos desse consórcio,
mas até o momento, não temos informações
para dizer se esse consórcio se efetivou".
Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Assessoria de imprensa (Juliana Andrade)