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UNIÃO EUROPÉIA
IMPÕE RESTRIÇÕES A
IMPORTAÇÕES DE MILHO DOS EUA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005
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15-04-2005 - Bruxelas,
Bélgica Os governos da União Européia
decidiram hoje restringir a importação
de milho dos Estados Unidos. As autoridades européias
decidiram que todo o glúten de milho norte-americano
importado para ração animal deverá
apresentar um certificado comprovando ser livre
de Bt10, produto não autorizado para comercialização.
O milho Bt10, uma planta transgênica, foi
comercializado “acidentalmente” pela empresa multinacional
suíça Syngenta durante quatro anos,
sem nenhuma avaliação de riscos para
o meio ambiente ou para os consumidores. O produto
contaminou parte da produção norte-americana
e chegou a ser exportado para diversos países.
Agora, toda a exportação de milho
dos EUA para a União Européia pode
ficar comprometida, uma vez que a Syngenta não
criou nenhum método para testar o transgênico
Bt10.
Dos 25 países membros da União Européia,
22 votaram a favor da restrição, um
se absteve e dois se ausentaram. A unanimidade mostra
que um dos maiores mercados do mundo está
disposto a garantir a segurança do seu meio
ambiente e de seus consumidores. Para o especialista
em engenharia genética do Greenpeace Alemanha,
Christoph Then, a Europa ainda corre riscos com
a importação de transgênicos
experimentais. “Enquanto a União Européia
não tiver ferramentas para testar os transgênicos
experimentais, devemos dizer não para todos
os alimentos e rações que possam vir
de regiões com esse tipo de contaminação,
como os EUA”, disse. O teste de transgenia depende
da liberação de informações
pelo criador da planta transgênica, principalmente
o “identificador único” (seqüência
de genes que permite a identificação
daquele tipo específico de transgênico).
O aumento das restrições aos produtos
transgênicos na União Européia
e a divulgação de escândalos
envolvendo a contaminação com produtos
transgênicos não autorizados ou experimentais
pode gerar novas oportunidades no mercado internacional.
“Se o Brasil permanecer um grande fornecedor de
produtos livres de contaminação transgênica
podemos atender uma crescente parcela do mercado
internacional que tem exigido produtos agrícolas
livres de transgênicos”, disse Ventura Barbeiro,
engenheiro agrônomo do Greenpeace Brasil.
Biofármacos
Para Then, uma outra grande ameaça que ronda
os mercados consumidores são os biofármacos.
“A Europa deve tomar rapidamente uma decisão
para ampliar as restrições, exigindo
provas de que não existe contaminação
com transgênicos experimentais e não
autorizados, mas principalmente garantir que as
perigosas plantas criadas para produção
de enzimas e medicamentos não contaminem
a nossa produção”. Nos Estados Unidos
algumas empresas farmacêuticas usam plantas
transgênicas para a produção
de medicamentos. Com isso, o risco de contaminação
de cultivos comerciais é alto. Foi o que
aconteceu com a empresa ProdiGene, que, em 2002,
misturou milho modificado para produzir vacinas
experimentais em lotes para alimentação
humana.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa