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HOMOLOGAÇÃO
CONTÍNUA DA RAPOSA SERRA DO SOL GARANTE
TRADIÇÕES CULTURAIS, DIZ PESQUISADOR
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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16/04/2005 – A homologação
do projeto que demarca a terra indígena Raposa
Serra do Sol em área praticamente contínua
vai preservar as tradições culturais
das comunidades da região. Entre elas, a
autonomia pessoal dos jovens, que saem da própria
aldeia para casar-se em outra como forma de emancipação.
Dessa forma, eles perpetuam uma organização
social marcada por extensas relações
de parentesco entre as cerca de 150 aldeias existentes.
"A circulação em toda a área
é grande. Por isso, é fundamental
que exista um território contínuo,
e não fracionado", explica o professor
de Antropologia e Etnologia da Universidade do Estado
de São Paulo (Unesp), Paulo Santilli. Foi
com base nos estudos de Santilli que a Fundação
Nacional do Índio preparou a demarcação
da Raposa. A longa convivência com os povos
da região permitiu que Santilli desvendasse
costumes e formas de viver das comunidades.
De acordo com o pesquisador, os índios de
Roraima buscam uma relação equalitária
nas aldeias. Homens e mulheres dividem as tarefas
de forma harmônica, com margem para intercâmbio
de funções. Eles desempenham o que
os especialistas chamam de ações e
atividades sem exclusividades, mas com aspectos
majoritários. A limpeza do terreno e o cultivo
costumam ser feitos pelos homens. A manutenção
do plantio cabe às mulheres.
Apesar do sucesso na pecuária – calcula-se
que a Raposa tenha um rebanho de 30 mil cabeças
de gado - a agricultura é a atividade mais
tradicional das comunidades indígenas da
região. "Historicamente, eles plantam
milho, mandioca e cará, caçam e colhem
frutas variadas. Nos últimos anos, começaram
a plantar arroz e feijão. Substituíram
parte da caça pela pecuária",
informa o professor da Unesp.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Juliana Cézar Nunes