|
MORRE MAIS UMA CRIANÇA
INDÍGENA EM DOURADOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
|
|
17/04/2005 - Mais
uma criança indígena morreu neste
sábado (16), no município de Dourados
(MS), que já contabiliza 21 mortes por doenças
decorrentes da desnutrição entre crianças
de aldeias indígenas este ano. Desta vez,
o índio da etnia guarani-kaiowá, Wagner
Barbosa, de um ano e sete meses, morreu em decorrência
de hidrocefalia. Ele nasceu com paralisia cerebral
e, há três meses, estava internado
na unidade especializada em tratamento de subnutridos
da Missão Kaiowá, em Dourados. A subnutrição,
entretanto, foi mencionada como uma das causas para
a morte do índio.
Wagner Barbosa teve alta da unidade especializada
na última quinta-feira (14), mas morreu em
casa dois dias depois em conseqüência
da hidrocefalia. Segundo o coordenador regional
da Fundação Nacional da Saúde
(Funasa) do Mato Grosso do Sul, Gaspar Francisco
Hickmman, a morte não pode ser atribuída
à desnutrição uma vez que a
criança esteva internada por três meses
com acompanhamento médico. "A causa
principal da morte foi hidrocefalia. A desnutrição
foi uma das causas, mas não foi a responsável,
foi coadjuvante", ressaltou.
Gaspar Hickmman disse que a Funasa intensificou
os trabalhos em Mato Grosso do Sul nas últimas
semanas, especialmente no acompanhamento de índios
internados em hospitais do estado. "Quando
uma criança é internada, a responsabilidade
passa a ser do hospital. Nós conseguimos
colocar dois médicos para visitarem as crianças
indígenas nos hospitais. Eles sugerem procedimentos,
protocolos específicos. A criança
com desnutrição precisa de um acompanhamento
especial", ressaltou.
Outra medida emergencial adotada pela Funasa foi
a instalação de pontos de abastecimento
coletivos para água potável. Segundo
Gaspar Hickmman, embora 40% das aldeias de Dourados
tenham água potável, a maioria não
recebe a água tratada em casa. "Temos
sistema de água em todas as aldeias, mas
isso não significa que a água chegue
nas casas. Essa ação vai ser estendida
para outras aldeias da região sul",
revelou.
Nos próximos seis meses a Funasa pretende
viabilizar obras que levarão água
potável a 100% dos municípios de Mato
Grosso do Sul. "Essa é uma ação
a longo prazo. Enquanto isso, estamos atuando com
ações emergenciais como a de abastecimento
coletivo de água potável", ressaltou.
Fonte: Radiobras – Agência
Brasil (www.radiobras.gov.br)
Gabriela Guerreiro