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PRESIDENTE HOMOLOGA MAIS
CINCO TERRAS INDÍGENAS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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19/04/2005 O ministro
da Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
declarou que a homologação de reservas
indígenas é uma forma de a nação
se desculpar pelos erros cometidos contra os nativos
brasileiros. Thomaz Bastos participou nesta terça-feira
(19), no Palácio do Planalto, da cerimônia
em comemoração ao Dia do Índio,
na qual o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva homologou cinco novas áreas.
"A homologação é um trabalho
que resgata a nossa história e nos possibilita
fazer concretamente esse pedido de desculpas",
disse o ministro. "Não é só
verbal. É um pedido que o presidente faz
pacificando as terras, resolvendo conflitos".
Cerca de 870 índios vivem nas cinco reservas
homologadas. Somadas, as áreas totalizam
224,8 mil hectares nos estados do Amazonas, Tocantins,
Pará, Maranhão e Roraima.
A cerimônia no Palácio do Planalto
contou com a presença de lideranças
indígenas, sábios e caciques de todas
as regiões do País. "Eu queria
convidar todas as autoridades e pessoas que estão
aqui para comemorar a nossa vitória em Roraima",
disse o índio Jaci, da etnia Macuxi, que
agradeceu a homologação da reserva
Raposa Serra do Sol, ocorrida na sexta-feira passada
(15), e presenteou Lula com um chapéu artesanal.
Para o presidente da Funai, Mércio Pereira
Gomes, o Dia do Índio não é
uma data comemorativa apenas do passado dos povos
indígenas. "Também sabemos que
existe um presente e um futuro para os índios
brasileiros e estamos unidos no governo para fortalecer
a situação deles", afirmou.
Participaram, ainda, da solenidade no Palácio
do Planalto o Procurador-Geral da República,
Cláudio Fonteles, o Advogado-Geral da União,
Álvaro Ribeiro da Costa, parlamentares e
embaixadores.
Terras homologadas pelo Presidente da República
em 19/04/2005
DECRETOS DE HOMOLOGAÇÃO TERRA
INDÍGENA AWÁ
Superfície(ha) |
Perímetro(Km) |
População |
População
Indígena |
Município(s) |
UF |
Situação Fundiária
|
116.582,9182 |
204.881,28 |
198 |
índios
GUAJÁ |
Centro
Novo do Maranhão, Gov. Newton Belo,
São João do Caru e Zé
Doca |
MA |
Demarcada |
Os Guajá,
autodenominados Awá, constituem o último
grupo isolado do Maranhão e um dos últimos
nômades do país. Ao se instalarem,
no século passado, nos vales dos rios Turiaçu,
Pindaré e Gurupi, os Awá passaram
a dividir um mesmo território com os Guajajara,
que já habitavam essa região. Desde
a instalação do primeiro posto do
SPI na região, os Awá passaram a ser
oficialmente conhecidos e alvo de tentativas de
pacificação.
A primeira tentativa de reconhecimento e proteção
do território Awá se deu em 1961 com
a criação da Reserva Florestal do
Gurupi. Um dos artigos do decreto ordenava o respeito
às terras dos índios ali encontrados.
Apesar deste reconhecimento, somente em 1977 a FUNAI
e o IBDF trataram de delimitar os territórios
que caberiam aos índios. No entanto, a terra
Awá não foi proposta na ocasião,
provavelmente em razão do estado de isolamento
dos índios.
Os estudos efetivos para a Terra Indígena
Awá começaram em 1985 e foram concluídos
em 1991. A Terra Indígena Awá confronta-se
com a reserva Biológica do Gurupi, criada
pelo Decreto n° 95.614, de 12.01.1988.
Ocupação por não-índios:
O levantamento fundiário realizado pela FUNAI,
INCRA e pelo Instituto Fundiário de Amazonas
- IFAM, contatou que a presença de 213 (duzentos
e treze) ocupantes com benfeitorias passíveis
de indenização, a depender do julgamento
da Comissão de Sindicância acerca da
boa fé na implantação das mesmas.
De acordo com o relatório fundiário,
diversos ocupantes não permitiriam e/ou se
negaram a prestar informações para
o preenchimento dos laudos de vistoria.
TERRA INDÍGENA ESPÍRITO SANTO
Superfície(ha) |
Perímetro(Km) |
População |
População
Indígena |
Município(s) |
UF |
Situação Fundiária
|
33.849,871 |
114.940,45 |
121
habitantes |
Kokáma
|
Jutaí |
AM |
Demarcada |
A Terra Indígena
Esprírito Santo é de ocupação
permanente do Povo Indígena Kokáma
há aproximadamente 100 anos.
Totalmente inserida em área de várzea,
e, portanto, sujeita às inundações
anuais, a T.I. localiza-se à margem direita
do Rio Solimões, no município de Jutaí,
Estado do Amazonas, aproximadamente 15 km da sede
municipal, sendo acessível apenas por via
fluvial na época das enchentes. Os trabalhos
para identificação da T.I. Espírito
Santo começaram em 1997.
Ocupação por não-índios:
O levantamento fundiário realizado pela FUNAI
e INSTITUTO FUNDIÁRIO DO AMAZONAS-IFAM, constatou
a presença de 11 (onze) ocupantes não-índios
os quais tiveram as benfeitorias indenizadas como
determina o § 6º, do art.231, da Constituição
Federal.
TERRA INDÍGENA SÃO SEBASTIÃO
Superfície(ha) |
Perímetro(Km) |
População |
População
Indígena |
Município(s) |
UF |
Situação Fundiária
|
61.058,5408 |
161.782,69 |
224
índios |
KAIXÁNA
e KOKÁMA |
TONANTINS |
AM |
Demarcada |
As primeiras notícias
da ocupação de índios Kaixána
na Terra Indígena São Sebastião
datam de 1691, ano no qual Samuel Fritz elaborou
o mapa da bacia amazônica com plotagem aproximada
de vários agrupamentos indígenas.
Essa área tem sido utilizada economicamente
pelos Kaixána e Kokáma há pelo
menos 50 anos. Em 1997, a FUNAI instituiu Grupo
Técnico para identificar e delimitar os limites
da T.I. São Sebastião.
Ocupação por não-índios:
O levantamento fundiário realizado
pela FUNAI e pelo IFAM – Instituto Fundiário
de Amazonas, constatou seis ocupantes não-índios,
sendo duas unidades residenciais ocupadas por não-indígenas,
que não possuem nenhum documento de posse
e que, embora sejam casados com índias, se
definem como famílias não-indígenas,
requerendo indenização de suas benfeitorias.
Há ainda a incidência de 04 títulos
de domínio na área, cujas glebas correspondentes
não são ocupadas pelos detentores
dos mesmos.
TERRA INDÍGENA MARANDUBA
Superfície(ha) |
Perímetro(Km) |
População |
População
Indígena |
Município(s) |
UF |
Situação Fundiária
|
375,1538 |
13.796,43 |
31
habitantes(2000) |
KARAJÁ |
Santa
Maria das Barreiras e Araguacema |
PA
e TO |
Demarcada |
As primeiras notícias
da ocupação de índios Karajá
há pelo menos quatro século, no mínimo
800 anos de ocupação de seus antepassados.
Os Karajá nunca se afastaram daquilo que
consideram como seu território tradicional,
mesmo depois da ocupação de boa parte
dele por não-índios.
Os Karajá se subdividem em três subgrupos:
os Javaé, os Xambioá e os Karajá
propriamente ditos. A aldeia Maranduba é
formada por um grupo bem definido por uma família
extensa que é a unidade social e política
mínima dos Karajá. Em março
de 2000, a FUNAI constituiu um Grupo Técnico
para identificar e delimitar os limites da T.I.
Maranduba.
Ocupação por não-índios:
O levantamento fundiário realizado pela FUNAI
constatou que no interior dos limites propostos
para a Terra Indígena Maranduba existem quatro
ocupantes não-índios com benfeitorias
passíveis de indenização na
gleba 1 e não havendo ocupação
nas duas ilhas, glebas 2 e 3. O pagamento dos bens
depende do reconhecimento da boa-fé pela
Comissão de Sindicância instituída
pela Portaria nº 069/89.
TERRA INDÍGENA TABALASCADA
Superfície(ha) |
Perímetro(Km) |
População |
População
Indígena |
Município(s) |
UF |
Situação Fundiária
|
13.014,7374 |
51.902,34 |
302
habitantes(1997) |
Wapixána
e Makuxi |
Cantá |
RR |
Demarcada |
A Terra Indígena
Tabalascada é uma terra de ocupação
mista, nela residindo Wapixána e Makuxi,
sendo que os primeiros são a maioria e os
Makuxi aproximadamente 10% da população,
procedentes, no geral, das aldeias da T. I. Raposa
Serra do Sol.
Os Wapixana e os Makuxi vivem, conforme registros
históricos, nos três últimos
séculos e é de ocupação
direta e contínua dos indígenas da
aldeia Tabalascada desde o início da década
de 1900, sendo que a maloca está instalada
no mesmo local pelo menos desde 1930. As famílias
mais antigas do local são compostas de mulheres
Makuxi casadas com homens Wapixána, vindos
em sua maioria da própria região da
Serra da Lua onde esta Terra Indígena se
localiza.
No que se refere às relações
com não-índios, as que envolvem a
questão da terra são relações
de tensão constante. Os conflitos são
generalizados, sendo uma das causas determinantes
da incessante busca pelos índios da demarcação/homologação
da área.
Em março 1997 a FUNAI constituiu Grupo Técnico
para identificar e delimitar a Terra Indígena
Tabalascada.
Ocupação por não-índios:
O levantamento fundiário realizado pela FUNAI
e INCRA, constatou a presença de 22 (vinte
e dois) ocupantes não-índios, dos
quais 11 são presumíveis detentores
de registros imobiliários provenientes de
títulos de propriedades. As benfeitorias
dos ocupantes foram reconhecidas de boa fé,
nos termos do § 6º, do Art.231 da Constituição
Federal, atualmente em processo de indenização.
Fonte: Funai – Fundação
Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa