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APÓS SER ALVO DE
PROTESTO, SENADOR ACUSA ENTIDADE INDÍGENA
DE ROUBAR DINHEIRO PÚBLICO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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29/04/2005 - O senador
Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que teve um boneco
à sua imagem queimado hoje (29) na Praça
dos Três Poderes por índios que participam
da Mobilização Nacional Indígena
Terra Livre, acusa o Conselho Indigenista Missionário
(Cimi) de estar roubando dinheiro público.
O Cimi é uma das instituições
que organizaram a mobilização. Em
entrevista à Agência Brasil, o senador
afirma que a "Funai (Fundação
Nacional do Índio) não funciona, o
que funciona hoje são as ONGs (Organizações
Não-Governamentais). Formou-se um cartel
de ONGs comandadas pelo Cimi, que recebe dinheiro
do governo para fazer atividades nessas áreas
e rouba esse dinheiro".
Em resposta às acusações, o
vice-presidente do Cimi, Saulo Feitosa, disse que
"ele vai ter que provar as acusações.
É uma afirmação leviana e é
inadmissível que um senador tenha essa atitude.
Não admitimos isso e nos causa estranheza,
parece uma atitude de desespero porque ele foi derrotado,
já que era contra a homologação
da reserva Raposa Serra do Sol em área contínua.
Estamos indignados".
O senador é autor da Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) 38/99, que prevê limitar em 50% da área
total de cada estado brasileiro passível
de ser transformada em Terra Indígena ou
Unidade de Conservação. "Só
Roraima e Amapá ultrapassaram esses limites,
os demais estão muito longe de alcançar",
defende o senador. A PEC prevê também
que, durante um processo de homologação
de terras indígenas, seja atribuído
ao Congresso Nacional o exame final da matéria.
"O senado representa os estados e portanto
tem que dar a última palavra sobre a retirada
de terra dos estados para a União",
diz Mozarildo.
O senador diz não ser contra a criação
do Conselho Nacional de Políticas Indigenistas,
uma das reivindicações dos cerca de
700 indígenas que estão em Brasília
para o movimento Terra Livre. Mas, segundo ele,
"estão querendo criar muito órgão
para substituir o Congresso Nacional, que a representatividade
legítima da população".
Para ele, a melhor saída é o fortalecimento
da Funai, nacionalização da política
indigenista e a criação de uma interlocução
com os índios que vivem em aldeias. O senador
afirma ainda que o problema dos índios que
vivem nas aldeias "não é terra,
o que falta é assistência médica,
a produção, melhoria da qualidade
de vida e educação".
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Alessandra Bastos