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ÍNDIOS ACAMPADOS
NA ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS PEDEM
MAIS DIÁLOGO COM GOVERNO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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25/04/2005 - O índios
acampados na Esplanada dos Ministérios pedem
mais diálogo do governo com os povos indígenas.
No primeiro dia da mobilização nacional
Terra Livre, que vai até sexta-feira (29),
Jecinaldo Barbosa Saterê-mawé, da Coordenação
das Organizações Indígenas
da Amazônia Brasileira (Coiab), disse que
os povos estão decepcionados com o governo.
"Estamos decepcionados, apesar de ainda existir
esperança", disse. "Esperamos que
o governo sinalize para o diálogo com os
povos indígenas".
Entre as principais reivindicações
está a instalação do Conselho
Nacional de Política Indigenista, "uma
instância onde os indígenas participem
diretamente e onde o governo possa estar mais articulado,
pare de brigar dentro da gestão pública
e possa unir forças para suprir os graves
problemas que afetam as populações
indígenas", explica Barbosa. Como exemplo
dos problemas, citou a "desnutrição,
problemas fundiários e a falta de prioridade
na educação diferenciada para as populações
indígenas".
O líder indígena Tabo, da etnia Caiapó,
do Pará, é um dos que reclama da dificuldade
de acesso à educação e à
saúde e das constantes invasões de
posseiros, pescadores, madeireiros e garimpeiros
à sua aldeia. "Quando a gente pede ajuda
para a Fundação Nacional do Índio
(Funai), eles pedem para esperar, e deixam sempre
para depois", denunciou.
Além da ausência de diálogo,
outras críticas mencionadas pelo índio
saterê-mawé são a incapacidade
do governo em atender à pluralidade das populações
e a falta de prioridade com relação
à política indigenista. "Foi
preciso que denunciássemos o Brasil na Organização
dos Estados Americanos (OEA) e fizéssemos
outras mobilizações para que saísse
a homologação da Reserva Raposa Serra
do Sol."
Outros pedidos se referem à homologação
de 14 terras indígenas e o desenvolvimento
de um programa de proteção destas
terras. "Além disso, estão tramitando
inúmeros projetos de leis que vão
prejudicar diretamente os direitos dos povos indígenas
garantidos na Constituição de 1988.
Principalmente a mudança no processo de demarcação
das terras indígenas", alertou.
Proteção aos conhecimentos tradicionais,
divisão justa dos benefícios da biodiversidade,
o desenvolvimento dos povos, a saúde e a
educação são outros temas que
serão discutidos durante a mobilização,
que faz parte do "Abril Indígena",
um conjunto de manifestações realizadas
em vários estados e organizado pelo Fórum
de Defesa dos Direitos Indígenas (FDDI).
O FDDI promove protestos e discussões sobre
a política indigenista do governo do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. Cerca de 700 índios
de 89 etnias participam do evento que acontece na
Esplanada dos Ministérios, em frente ao Ministério
de Minas e Energia.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Keite Camacho e Priscilla Rangel