Panorama
 
 
 

POR QUE DOIS ATIVISTAS PODEM FICAR CINCO ANOS PRESOS POR DENUNCIAR UM CRIME AMBIENTAL?

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2005

28-04-2005 - Bangcoc, Tailândia - Olhe para essas duas fotos. Será que Patwajee Srisuwan (Pat) e Dr. Jiragorn Gajaseni (Jay) parecem criminosos que deveriam passar cinco anos presos? Jay é Phd em Ecologia pela Universidade da Georgia. Pat é jornalista e instrutora de ioga. O que os dois têm em comum é uma longa história relacionada com o mamão papaia.

O mamão papaia é cultivado em quase todos os quintais e é parte da alimentação diária em algumas regiões do Sudeste Asiático. É uma parte vital da culinária tailandesa e faz parte de muitos pratos famosos como o Som Tam, uma salada apimentada. Muitas pessoas na Tailândia cultivam a fruta e ficaram bastante preocupadas quando o governo tailandês começou a experimentar variedades transgênicas de papaia. A preocupação deles tinha fundamento: o plantio comercial de papaia transgênico no Hawai tinha sido desastroso para agricultores de papaia orgânico. O preço de venda do mamão transgênico ficou 30% a 40% abaixo dos preços de produção e o valor que os agricultores conseguiram por seu papaia transgênico em 2003 era muito menor do que o do orgânico. O Japão possui um rígido controle para assegurar que nenhum mamão transgênico entre no mercado, e a variedade é ilegal em muitos países. Mesmo assim, o governo aprovou plantios experimentais em diversas estações de pesquisa.

Em 24 de junho de 2004, o Greenpeace recebeu resultados de testes comprovando que o fruto de uma árvore de mamão de um pequeno agricultor havia sido geneticamente modificado. A árvore de papaia tinha um ano de idade e era fruto de sementes compradas da própria estação de pesquisa do governo em Khon Kaen, em junho de 2003. A venda de sementes geneticamente modificadas é ilegal na Tailândia.
Em julho de 2004, Pat e Jay levaram essa história a público e foram os porta-vozes dos ativistas do Greenpeace que isolaram o papai transgênico em campos experimentais da estação de pesquisas de Khon Kaen – a fonte da contaminação transgênica na região. Os ativistas, vestidos com roupas especiais, removeram os frutos das árvores e depositaram em caixas especiais para materiais perigosos.
Pat e Jay apareceram na televisão e na mídia impressa, exigindo que o governo terminasse o processo iniciado pelos ativistas e destruísse imediatamente todas as árvores, frutos e sementes de papai da estação de pesquisas, a fim de evitar mais contaminações. A história acabou se tornando um dos maiores escândalos em toda a Tailândia.
Os dois foram acusados de roubo, invasão e destruição de propriedade. Nenhuma acusação foi feita contra os responsáveis pela estação de pesquisa, que ameaçaram o ganha-pão dos agricultores de papaia ao contaminar suas plantações, já que as sementes invadiram os campos de agricultores que não queriam transgênicos e foi por erro desses responsáveis que muitas áreas de plantio de papaia tiveram que ser destruídas.
Quase dois meses depois que o Greenpeace protestou contra a contaminação, o governo confirmou que uma plantação a quase 4 km de distância da estação de pesquisa estava contaminada, e destruiu a plantação. O governo então coletou amostras de 2.345 plantações em 35 províncias. Eles admitiram que 24 plantações tinham sido contaminadas.
No dia 15 de setembro de 2004, o governo destruiu todo o mamão papaia existente no campo experimental da estação de pesquisa. Com isso, eles finalmente cumpriram com seu dever e completaram o trabalho que a equipe do Greenpeace havia começado.
Em vez de ir à raiz do problema e checar os verdadeiros responsáveis pelo crime, o mesmo departamento que foi responsável pela contaminação e por todo o problema resolveu processar Pat e Jay. Mas essas acusações não estão relacionadas aos eventos do dia 27 de julho de 2004. Elas estão ligadas, na verdade, com a prevenção de futuros eventos dessa natureza.
Essa história tem a ver com a repressão a futuros protestos contra variedades transgênicas na Tailândia. Tem a ver com fazer da jornalista e do professor de ecologia exemplos de pessoas que ousaram denunciar crimes ambientais e foram colocados na prisão por causa disso. No final das contas, o que está em jogo é toda a condição da sociedade civil em um dos mais desenvolvidos países do Sudeste Asiático.

PARTICIPE!

Não fique parado! Não deixe que Jay e Pat sejam presos por fazer um trabalho que o governo deveria ter feito! Envie uma mensagem para o Primeiro Ministro da Tailândia e exija a liberdade para os dois ativistas!

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Foto: Greenpeace

 
 
 
 

 

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