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PROCURADOR ASSOCIA DEFICIÊNCIA
DA FUNAI A SUSPEITAS DE VENDA DE SANGUE
DE ÍNDIOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2005
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27/04/2005 - O procurador
da República de Rondônia Reginaldo
Pereira de Trindade associou hoje a falta de aparelhamento
da Fundação Nacional do Índio
(Funai) às suspeitas da venda de sangue de
índios brasileiros. Segundo Trindade, se
a Funai não fosse tão deficiente,
a suspeita de venda de sangue de índios das
etnias Suruí e Caritiana poderia ter sido
evitada. Em depoimento na CPI da Biopirataria da
Câmara dos Deputados, o procurador informou
que recebeu, nos últimos dias, denúncia
de que material genético dos índios
Urueuauau e sementes de mogno estariam sendo contrabandeados
da aldeia.
O procurador Reginaldo Trindade é responsável
pela ação civil pública que
investiga a venda de sangue de índios Suruí
e Caritiana. Ele disse que, em 2002, o Ministério
Público de Rondônia entrou com ação
pública com base em uma denúncia de
nove anos atrás. De acordo com o procurador,
o médico brasileiro Hilton Pereira da Silva,
que acompanhava uma equipe de TV inglesa na região,
teria coletado sangue dos índios Caritiana.
Segundo o relator da Comissão Parlamentar
de Inquérito da Biopirataria, deputado Sarney
Filho (PV-MA), existe um site na internet (Coriell
Institute for Medical Research) vendendo até
hoje sangue de índios Caritiana de Rondônia.
"Vamos (CPI) oficiar os Ministérios
das Relações Exteriores e da Justiça
para que tomem providências a respeito da
venda de sangue e também para que possamos
acionar, dentro da legislação internacional,
para que o governo americano determine a retirada
do site do ar e puna os responsáveis",
informou Sarney Filho.
O deputado disse que a CPI vai tornar pública
a preocupação com a pirataria de sangue
de índios, procurar a Embaixada dos Estados
Unidos e pedir providências para retirada
do ar do site que anuncia a venda de sangue de índios,
além de esclarecimentos sobre o assunto.
"Vamos saber o que está por traz da
venda de sangue. Esses irresponsáveis estão
vendendo genes de índios, e a gente não
sabe por que motivo, nem quais os usos que poderão
ser feitos desse material", acrescentou Sarney
Filho.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Iolando Lourenço