|
MANGUEZAL É TEMA
DE DEBATE NA BAHIA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
|
|
O desmatamento, a
pesca com explosivos, a ocupação populacional,
a contaminação química, a construção
de barragens e a mariscagem não gerenciada
são algumas das ações praticadas
pelo homem que causam a degradação
do ecossistema manguezal situado no estado, principalmente
ao longo da Baía de Todos os Santos. Essa
informação foi dada pela professora
Marlene Peso, da Universidade Federal da Bahia -
UFBA, durante a palestra que inaugurou o ciclo de
Debates Ambientais 2005, realizado pelo segundo
ano consecutivo no Ibama da Bahia.
O evento reuniu cerca de 150 participantes entre
estudantes, professores, políticos, membros
de ongs e servidores do Ibama, no auditório
do Instituto de Biologia da Universidade Federal
da Bahia.
O tema abordado no primeiro debate deste ano foi
“Degradação de Manguezais e Ambientes
Costeiros” com a colaboração dos palestrantes
Tânia Tavares e Miguel Accioly, da Universidade
Federal da Bahia e Sandro Camargo, da empresa Hydros.
O gerente executivo do Ibama na Bahia, Julio Rocha,
disse na abertura do evento que “esta iniciativa
visa integrar os diversos segmentos da sociedade
em torno de assuntos relevantes na área de
meio ambiente, comuns a todos”. Ele destacou as
diversas ações que o Ibama vem desenvolvendo
nas diferentes áreas do Estado, em especial
no ecossistema manguezal onde o trabalho é
efetuado geralmente em parceria com outras instituições,
a exemplo do Centro de Recursos Ambientais – CRA.
A atuação dos diversos órgãos
governamentais, bem como das ongs na região
de ocorrência de manguezais na Bahia, tem
levado a um diagnóstico mais preciso nos
últimos anos do processo de degradação
desse ecossistema. As análises das águas
da Bahia de todos os Santos realizadas pelo Departamento
de Química da UFBA têm revelado, por
exemplo, um alto teor de duas substâncias
químicas: o Cádmio e o Chumbo. Esse
fato é preocupante, diz a professora Tânia
Tavares, “uma vez que isso ameaça contaminar
a fauna marinha que se reproduz no manguezal, fartamente
consumido pela população no Estado”.
A técnica disse ainda que a equipe que realiza
as análises tem se intrigado com o fato da
substância dicloro difenil tricloroetano,
o popular DDT, proibido há muito tempo para
utilização no Brasil, ser detectada
em alto teor nas áreas pesquisadas.
A maricultura, segundo o professor Miguel Aciolly,
é outra ameaça à preservação
dos manguezais. Na Bahia essa atividade tem se destacado
no cultivo do camarão, a carcinicultura.
”Os grandes empreendimentos nessa atividades são
evidentemente degradadores, mas os pequenos são
piores, já que são implantados sem
nenhum critério técnico e são
mais difíceis de se localizar e fiscalizar”,
afirmou Aciolly.
No mundo existem cerca de 162.000 Km2 de manguezais.
O Brasil ocupa o segundo lugar entre os países
detentores desse ecossistema com cerca de 25.000
Km2 de manguezais. Ele ocorre na quase totalidade
do litoral brasileiro, do Amapá a Santa Catarina.
Somente o Rio Grande do Sul não registra
esse ecossistema em seu território.
O ciclo de Debates Ambientais vai focalizar até
o final do ano outros temas ecológicos importantes.
São eles: Recursos Hídricos e Gestão
de Comitês de Bacia (20/05), Unidade de Conservação
e Comunidades (17/06), Energias Renováveis
e Inclusão Social (29/07), Meio Ambiente
e Reforma Agrária (26/08), Meio Ambiente
e Saúde do trabalhador: Interface (30/09),
Proteção e Programa Nacional de Florestas
(28/10), Proteção da Biodiversidade
(25/11) e SISNAMA e atuação de Órgãos
Ambientais (16/12).
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Redação