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PREFEITURAS AINDA DESCONHECEM
LEGISLAÇÃO SOBRE EDUCAÇÃO
INDÍGENA, DIZ DIRETOR DO MEC
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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02/05/2005 – Muitas
prefeituras ainda desconhecem a legislação
sobre educação escolar indígena,
o que dificulta a aplicação correta
dos recursos federais destinados a essa área,
diz o diretor do Departamento de Educação
para Diversidade e Cidadania, do ministério
da Educação (MEC), Armênio Schmidt.
"Estamos trabalhando para que todos apresentem,
primeiro, uma boa aplicação dos recursos
federais". Para Schmidt, a educação
indígena deve ser diferenciada, multilíngüe,
intercultural e com professores indígenas
de suas próprias etnias.
Em uma carta divulgada na sexta-feira (29) sobre
os resultados da mobilização Abril
Indígena, mais de 700 lideranças que
assinaram o documento apontam para a necessidade
de abertura de novos cursos de ensino médio
nas aldeias. "A educação foi
a área em que menos se avançou. Os
recursos federais são via municípios
e estados, e nunca chegam às aldeias, às
escolas indígenas", avalia Gersem Baniwa,
secretário executivo do Fórum em Defesa
dos Direitos Indígenas. Na carta, os movimentos
afirmam que "os estados e municípios
não são capazes ou demonstram vontade
política em seguir as orientações
do MEC quanto a este tema".
De acordo com a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade
(Secad), apenas um terço da população
indígena têm acesso à educação.
"A grande bandeira de luta dos índios
ainda é a educação básica
nas aldeias. A grande maioria ainda não dispõe,
ou dispõe de educação de má
qualidade, sobretudo se considerarmos a especificidade
que é necessária", afirmou Baniwa.
A maioria dos estudantes indígenas, segundo
dados da Secad, está na educação
fundamental que atende aproximadamente 119 mil alunos,
ou seja, 80% dos que freqüentam uma escola.
"Hoje, a maior demanda é de 5ª
a 8ª série. Em torno de 70% das escolas
só têm da 1ª à 4ª
série", disse Schmidt. "Estamos
buscando a ampliação do ensino de
5ª à 8ª série e também
a do ensino médio".
Este ano, o orçamento do MEC para a educação
indígena é de R$ 11 milhões,
aumento de 233% comparado a 2004. Cerca de R$ 5
milhões serão destinados à
construção de 140 novas escolas indígenas
que somarão às 2.228 existentes em
terras indígenas.
Lideranças indígenas afirmam que nas
negociações feitas durante o Abril
Indígena não conseguiram do MEC um
compromisso para a realização de uma
Conferência Nacional de Educação
Indígena. O diretor informou que a conferência
será realizada em 2006. "Estamos, na
verdade, em pleno processo interno no MEC de construção
dessa conferência". Schmidt disse que
a conferência está sendo construída
de forma participativa e que ainda este ano serão
realizados seminários estaduais sobre o tema.
Fonte: Agência Brasil –
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Cecília Jorge e Juliana Andrade