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BRASIL TEM MAIS DE 2 MIL
COMUNIDADES QUILOMBOLAS, SEGUNDO PESQUISA
DA UNB
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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07/05/2005 - O Centro
de Cartografia Aplicada e Informação
Geográfica (Ciga), da Universidade de Brasília
(UnB), publicou o "Cadastro Municipal dos Territórios
Quilombolas do Brasil", estudo que mostra a
existência de 2.228 comunidades remanescentes
de escravos no Brasil. As informações
estão organizadas em forma de mapa e devem
contribuir para a catalogação dos
territórios quilombolas.
"O país precisa assumir que os quilombos
são importantes historicamente e que poucos
países do mundo ainda têm registros
como esses", afirmou o professor e coordenador
do projeto de pesquisa, Rafael Sanzio. "Além
disso, os territórios estão em risco
e podem desaparecer".
Esse número, contudo, é questionado
pela Coordenação Nacional de Entidades
Negras (Conen) -hoje composta por mais de 300 instituições
em todo o território brasileiro. Um de seus
membros, o geólogo Gilberto Leal acredita
que há cerca de o dobro de comunidades. "Avaliamos
que existem aproximadamente 5 mil núcleos
quilombolas", disse.
Segundo a pesquisa, grande parte das comunidades
está concentrada no litoral do País.
O Maranhão é o estado com o maior
número de comunidades, 642. Em segundo lugar,
a Bahia, com 396 comunidades. O Pará ocupa
a terceira posição: 294 quilombos
mapeados. A pesquisa divulgada é a segunda
parte do projeto Geografia Afro-brasileira e Educação
desenvolvido por professores e estudantes de graduação
e pós-graduação do Ciga. No
primeiro cadastro, realizado em 2002, foram identificados
1.388 registros de quilombos.
O projeto Geografia Afro-brasileira e Educação
realiza também este ano oficinas e exposições
cartográficas itinerantes em seis capitais
brasileiras, além de Paris, como parte da
programação do ano do Brasil na França.
O estudo apresentado na última quinta-feira
(05) será enviado para todas as unidades
do Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária (Incra), bibliotecas públicas,
procuradorias gerais e governos estaduais.
Apenas 32 comunidades negras remanescentes, menos
de 2% dos quilombolas existentes (segundo o número
da pesquisa da UNB) foram regularizados pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra). Até o final do governo,
a meta do Incra é regularizar 158 comunidades
quilombolas.
Fonte: Agência Brasil - Radiobras
(www.radiobras.gov.br)
Bianca Estrella