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ÓRGÃOS AMBIENTAIS
ESTADUAIS QUEREM GARANTIR AUTONOMIA
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2005
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12/05/2005
Os representantes da ABEMA - Associação
Brasileira de Entidades Estaduais do Meio
Ambiente - que estiveram reunidos em São
Paulo no último dia 11 de maio para
discutir a minuta do Projeto de Lei Complementar
que fixa normas para a cooperação
entre União, Estados, Distrito Federal
e Municípios chegaram a conclusão
que a entidade deve apresentar uma proposta
alternativa conjunta que atenda os interesses
específicos dos Estados e que traga
maior clareza as atribuições
de cada ente federativo no que se refere as
questões ambientais. A 2ª Reunião
Extraordinária da ABEMA, realizada
sob a coordenação de Rubens
Lara, presidente da CETESB - Companhia de
Tecnologia de Saneamento Ambiental e Secretário-Geral
da associação, contou com a
representação dos estados do
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, Espirito Santo, Rio Grande do Norte,
Tocantins, Pernambuco e Mato Grosso, além
de São Paulo. |
Pedro Calado
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Entre
os presentes, o ex-ministro do Meio Ambiente
e atual Secretário de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável de Minas
Gerais, José Carlos Carvalho e Maria
do Carmo Lima Bezerra, assessora especial
da ABEMA, reforçaram a necessidade
de se chegar a um texto de consenso para ser
apresentado como alternativa ao projeto do
deputado José Sarney Filho, complementando
ou substituindo os itens necessários
para seu aperfeiçoamento.
Rubens Lara afirmou que o projeto em pauta
apresenta uma ótima oportunidade para
os Estados definirem as competências
comuns previstas nos incisos III, VI e VII
do art. 23 da Constituição Federal,
alertando porém para o risco da proposta
repetir o que já está previsto
na Resolução Conama n.º
237, ao invés de avançar no
caminho da gestão ambiental. |
Esta foi também a principal preocupação
da maioria dos técnicos presentes,
que assumiram o compromisso de redigir uma
minuta da proposta que será encaminhada
para todas as entidades associadas da ABEMA
e que deverá ser discutida e aprovada
até o final de junho, antes de ser
apresentada como alternativa ao projeto
de lei que já está tramitando
na Câmara Federal.
Isabela Igreja Rosa
da Silva, do IEMA - Instituto Estadual do
Meio Ambiente, do Espirito Santo, que apresentou
para os participantes a última versão
do projeto de lei, informou aos presentes
que o deputado Sarney se propôs a
retirar sua proposta, caso seja apresentada
uma versão melhor para a regulamentação
das atribuições ambientais
de cada instância de governo. |
Pedro
Calado
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Posicionamento
A posição defendida
pelo representante da Fepam - Fundação
para o Meio Ambiente, do Rio Grande do Sul, Mauro
Moura é que a União, através
do IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis deve
ter uma função prioritariamente
gerencial, deixando para os Estados e municípios
as atribuições de licenciamento
e fiscalização, mesmo nos casos
que ultrapassem os limites geográficos.
Para Mauro Moura isso pode ocorrer quando houver
acordo entre os Estados ou municípios envolvidos
com determinados projetos. As exceções
seriam mantidas para os empreendimentos considerados
de interesse nacional, como gasodutos e oleodutos,
hidrelétricas ou redes de distribuição
de energia ou, ainda, nos casos em que não
houver acordo entre as partes envolvidas.
Para o ex-ministro ambiental, José Carlos
Carvalho, é importante também que
cada estado tenha autonomia para definir qual
o porte dos empreendimentos sobre os quais assumirá
a responsabilidade de licenciar e fiscalizar.
Ele afirmou, também, que Minas Gerais já
vem avançando nesse modelo de gestão
ambiental, que inclui o auto-licenciamento para
as atividades sem impacto significativo, o suporte
do estado para os municípios que não
tem estrutura para gerir os empreendimentos de
porte local e o entendimento com o IBAMA regional
sobre as áreas de competência de
cada instância administrativa.
Já o sub-secretário do Meio Ambiente
do Rio de Janeiro, Alcebíades Sabino dos
Santos, ressaltou as dificuldades de entendimento
do seu estado com a União, principalmente
nos casos de gasodutos e plataformas marítimas
de petróleo, empreendimentos que também
envolvem impacto local e, portanto, o interesse
dos municípios onde se situam. A necessidade
do estado manter sua autonomia também foi
destacada pela outra representante do governo
do Rio de Janeiro, Isaura Fraga, da FEEMA - Fundação
Estadual do Meio Ambiente.
Para Alexandre Tadeu Moraes Rodrigues, da Naturatins,
do governo do Estado de Tocantins, é preciso
considerar as diferenças regionais, mesma
posição defendida por Fabrina Gouveia,
da FEMA - Fundação do Meio Ambiente
do Mato Grosso, onde a parceria com o IBAMA serve
para complementar a estrutura de fiscalização
ambiental no estado que tem um território
vasto e recursos insuficientes para cobrir toda
a sua extensão.
Entre as questões discutidas por todos
os participantes destacou-se a necessidade se
estabelecer instrumentos de parceria e de gestão
ambiental entre os Estados, Municípios
e a União, além de uma definição
clara das atribuições de cada ente
federativo, deixando para o Ministério
Público e o Judiciário a função
de arbitrar apenas sobre as questões onde
houver omissão evidente.
Fonte: CETESB – agência ambiental
de São Paulo (www.cetesb.sp.gov.br)
Assessoria de imprensa (Eli Serenza)
Fotos: Pedro Calado
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