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PARECER SOBRE GESTÃO
FLORESTAL SERÁ APRESENTADO
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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12/05/2005 O deputado
Beto Albuquerque (PPS-RS), relator do Projeto de
Lei 4776/05, que regulamenta a gestão de
florestas públicas, vai apresentar seu parecer
preliminar na próxima quarta-feira (18),
às 14h30. Já o presidente da comissão
especial criada para analisar a proposta, deputado
Miguel de Souza (PL-RO), acredita que o projeto
poderá ser votado até o dia 30.
A comissão especial realizou hoje a última
de uma série de seis audiências públicas,
em que foram ouvidos representantes do governo federal,
dos governos estaduais, do setor produtivo e de
organizações não-governamentais
ligadas ao meio ambiente.
Beto Albuquerque afirmou que seu parecer vai procurar
se aproximar ao máximo das considerações
feitas em todas as audiências. Ele disse ter
pedido que a última abordasse os aspectos
jurídicos para poder adequar o projeto às
normas vigentes, porque "não adianta
criar leis se elas tombam no primeiro embate nos
tribunais".
O relator informou também que serão
aproveitadas muitas das 305 emendas apresentadas.
Mas o texto final deve manter o foco da proposta,
que tem, segundo ele, o mérito de melhorar
a política de desenvolvimento sustentável.
Críticas
A audiência
de hoje contou com a participação
do procurador do Ministério Público
de São Paulo Antônio Herman Benjamin,
do professor da Universidade de São Paulo
(USP) e advogado constitucionalista José
Afonso da Silva e do promotor do Ministério
Público do Pará e especialista em
Direito Ambiental José Godofredo Pires dos
Santos. Os convidados avaliaram que o projeto traz
muitos avanços e é necessário,
mas fizeram várias ressalvas.
Os pontos mais criticados foram a mudança
de atribuição do Ministério
do Meio Ambiente, que passará a gerir a atividade
produtiva, e a substituição do Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) pelo Estudo de Viabilidade
Socioambiental.
Benjamin e Silva criticaram a inclusão da
silvicultura (cultivo de árvores florestais)
no âmbito do Ministério do Meio Ambiente.
Benjamin considera essa alteração
na Lei da Política Agrícola um erro
estrutural. Ele acrescentou que nenhum ministério
do meio ambiente do mundo trata da produção.
O procurador reclamou também que a discussão
não foi levada ao Conselho Nacional de Meio
Ambiente (Conama).
Impacto ambiental
Benjamin, Silva e
Santos posicionaram-se contra a exclusão
do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) nas concessões
florestais. Para Benjamin, a medida é inconstitucional.
"Não vamos deixar que a Constituição
seja rasgada em uma proposta do Ministério
do Meio Ambiente", afirmou. Ele destacou, porém,
que a base jurídica do projeto é forte
e, com os ajustes previstos, o texto deve avançar
muito como primeiro instrumento econômico
para o Direito Ambiental.
Os deputados Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
e Fernando Gabeira (PV-RJ) frisaram que o EIA não
pode ser excluído. Para Mendes Thame, trata-se
de uma conquista da humanidade.
No entanto, o relator do projeto, Beto Albuquerque,
disse que a proposta garante que o impacto ambiental
será levado em conta para tudo que decorrer
das concessões, como a construção
de hotéis e estradas, no caso de uma concessão
para ecoturismo.
Fonte: Agência Câmara
(www.camara.gov.br)
Reportagem: Geórgia Moares e Marcos Rossi
Edição: Francisco Brandão