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PESQUISA COM GENÉTICA
COMPARATIVA DEVE APROXIMAR ESPÉCIES
VEGETAIS DIFERENTES
Panorama
Ambiental
Curitiba (PR) – Brasil
Maio de 2005
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05/05/2005 O desenvolvimento
genético (genômica) comparativo vai
gerar benefícios diretos para os programas
de melhoramento genético do café.
As pesquisas desenvolvidas até o momento
já demonstraram muitas semelhanças
genéticas entre as plantas das famílias
das rubiáceas, da qual faz parte o café,
e das solanáceas, que engloba batata, tomate,
e berinjela, dentre outras. Isso vai ser muito positivo
para acelerar o sequenciamento do café porque
o mapeamento genético do tomate (que é
a que mais se parece com o café em termos
de estrutura genética) já está
bastante avançado, e está sendo desenvolvido
por oito países.
Essas pesquisas fazem parte do Programa SOL, uma
iniciativa internacional que reúne 30 países
e mais de 300 cientistas para desenvolver estudos
de genômica comparativa entre as mais diversas
espécies vegetais. A genômica comparativa
e os seus benefícios para a ciência
foi o tema da palestra do professor do departamento
de Biologia Vegetal da Universidade de Cornell,
EUA, Steven Tanksley, na sessão de abertura
do IV Simpósio de Pesquisa dos Cafés
do Brasil, nesta segunda-feira (2) em Londrina.
Segundo o professor, o desenvolvimento da genômica
levou ao conhecimento de que as espécies
vegetais, apesar de aparentemente muito diferentes,
apresentam inúmeras semelhanças em
termos de estrutura genética. Ele citou como
exemplo a comparação entre o arroz
e o milho. Apesar de radicalmente diferentes, o
sequenciamento do arroz trouxe muito conhecimento
para o mapeamento genético do milho.
O mesmo processo será repetido com o tomate
em relação ao café. Tanksley
desenvolve pesquisas de genômica comparativa
entre diferentes espécies vegetais, como
tomate, batata e café, entre inúmeras
outras. Para explicar a importância da área
de genômica para a ciência, o professor
compara o DNA a uma cidade. Segundo ele, em uma
cidade você sabe que as pessoas estão
ali, mas não sabe seus endereços.
O sequenciamento permite conhecer esses endereços
de forma precisa e segura.
Tanksley é um dos coordenadores do Projeto
SOL, que tem como um de seus objetivos descobrir
o porquê de tanta diversidade entre as espécies
e entender a sua origem. \"Se conseguirmos
entender todos os recursos genéticos disponíveis,
vamos conhecer a biodiversidade da função
do gene\", enfatiza Tanksley\".
O projeto tem esse nome porque \"tudo que está
sob o sol cresce\", como afirma o professor.
Ele faz questão de enfatizar que o Projeto
SOL é internacional e não pertence
a nenhum país. Para desenvolvê-lo com
êxito, é importante conhecer a habilidade
específica de cada país. \"O
que esperamos de fato com essa iniciativa é
mudar a mentalidade dos cientistas para acabar com
o distanciamento entre eles, seja por questões
políticas, financeiras, ou qualquer outra\",
ressalta Tanksley.
Comparando os mapas genéticos - O Projeto
SOL tem dado ênfase ao estudo comparativo
dos genomas das rubiáceas e das solanáceas,
que são muito próximas na estrutura
genômica. O café, que é da família
das rubiáceas, foi incorporado recentemente
ao Projeto, mas já foi possível identificar
muitas semelhanças com algumas solanáceas,
especialmente o tomate. Hoje, há oito países
envolvidos no sequenciamento do tomate.
Os países participantes disponibilizam as
informações genéticas em bancos
de dados que podem ser acessados por todos, desde
que tenham estrutura de bioinformática. Tanksley
acredita que dentro de cinco anos haverá
muito mais integração entre os países.
Para um futuro próximo, está prevista
a inclusão de flores ornamentais no Programa.
Fonte: Secretaria Estadual do Meio
Ambiente do Paraná (www.pr.gov.br/meioambiente)
Assessoria de imprensa