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RESISTÊNCIA DE FAMÍLIAS AMAZONENSES LEVOU À LUTA PELA CRAIÇÃO DE RESERVA EXTRATIVISTA

Panorama Ambiental
Manaus (AM) – Brasil
Maio de 2005

13/05/2005 - A luta pela criação da reserva extrativista do rio Unini surgiu da resistência dos moradores do Parque Nacional do Jaú, uma unidade de proteção criada em 1980, com 2,27 milhões de hectares, nos municípios de Barcelos e Novo Airão, no Amazonas. Cerca de 270 famílias da região do médio rio Negro, no Amazonas, participam amanhã (14) de uma consulta pública na qual decidirão sobre a criação da reserva extrativista do rio Unini. "Pela lei, essas populações deveriam deixar o Parque, mas o governo federal não tem dinheiro para indenizá-las", explicou Dalmo Vilela, coordenador do Programa de Alternativas Econômicas da Fundação Vitória Amazônica (FVA).
Em 1992, a FVA iniciou um trabalho com as oito comunidades do rio Unini e duas comunidades do rio Jaú que vivem no Parque Nacional do Jaú. "O resultado apareceu dez anos depois, com a criação da Associação de Moradores do rio Unini (Amoru). Ela já nasceu com a demanda de criação da reserva, o que inclusive consta no estatuto da entidade como um de seus objetivos", explicou Vilela. Foi a Amoru que formalizou no Ibama o pedido de criação da reserva do rio Unini, em 2002.
A área de 800 mil hectares pretendida, às margens esquerda do rio Unini, é vista como o local ideal para reassentar as 272 famílias que ainda vivem no Parque. As reservas extrativistas são unidades de uso sustentável, que permitem a existência de moradores e o uso econômico regulado de seus recursos naturais.
Raimundo Teixeira, 76 anos, é um dos que chegou há décadas no rio Unini e amanhã deve participar da consulta pública. Auto denomina-se "soldado da borracha" e chegou lá em 1942, para trabalhar nos seringais. Saiu em 1974, a caminho de Novo Airão, para que seus 12 filhos e 3 netos pudessem estudar. Continuou, porém, trabalhando no rio Unini, até oito anos atrás. "Agora não vou mais lá porque estou vellho e a borracha está sem mercado. Estou a caminho dessa reunião para descobrir o que vai acontecer com meu terreno, que está titulado."

Fonte: Agência Brasil - Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Thaís Brianezi

 
 
 
 

 

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