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COORDENADOR DO GREENPEACE
ALERTA PARA CRESCIMENTO DO AGRONEGÓCIO
EM MT
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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20/05/2005 - Quase
a metade do desmatamento total na Amazônia
(48,1%) foi registrada no estado do Mato Grosso.
Dos 12.586 quilômetros quadrados atingidos
no estado, apenas em 4.176 quilômetros quadrados
o desmatamento foi feito de forma legal. De acordo
com Carlos Rittl, coordenador do programa de áreas
protegidas da Amazônia do Greenpeace, há
outras causas para a derrubada de árvores:
"Em Mato Grosso, o problema é outro.
Vai além da extração de madeira.
Lá existe o problema do agronegócio".
Em 2003, o faturamento do agronegócio cresceu
28%, passando dos US$ 415 milhões do ano
anterior para US$ 532 milhões. O governo
do estado, em nota divulgada nesta sexta-feira,
argumenta que "áreas menores a 300 hectares
são de responsabilidade do Instituto Brasileiro
de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama)",
depois de ter atribuído o crescimento no
índice de desmatamento à falta de
fiscalização do órgão
no estado.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista
coletiva, afirmou que em vez de achar um culpado
para o elevado índice do estado, o governador
deveria assumir sua responsabilidade no que compete
ao combate do desmatamento. "Mato Grosso conta
com o melhor sistema de monitoramento por satélite,
recebeu os maiores investimentos do governo federal
para fazer o licenciamento e a fiscalização",
informou.
Os 26.130 quilômetros quadrados de desmatamento
na Amazônia apontados pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre agosto de 2003
e agosto de 2004 correspondem ao segundo maior índice
já medido. Segundo a ministra, o período
analisado pela pesquisa do Inpe (janeiro a julho
de 2004) pega apenas quatro meses de implementação
do Plano de Combate ao Desmatamento, lançado
em março do ano passado. "Não
dá para ter noção da eficácia,
sem contar que o período de maior desmatamento
é de maio a agosto", disse. Marina Silva
lembrou que as medidas do plano foram intensificadas
depois de agosto, com a criação de
2,5 milhões de unidades de conservação
em 5,8 milhões de hectares.
Nesta sexta-feira, o ministério anunciou
a criação de cinco reservas extrativistas
no Pará. As áreas podem ser exploradas
sem que os recursos naturais se esgotem. De acordo
com a secretária de Coordenação
Amazônica, Muriel Saragoussi, as reservas
têm o intuito de coibir o avanço do
desmatamento. "E vão formar uma linha
de proteção que acompanha o chamado
Arco do Desmatamento. Com isso, estaremos criando
uma barreira e, ao mesmo tempo, proporcionando uma
valorização do uso da floresta. O
que nós queremos é o uso sustentável
da floresta e não o desmatamento", explicou.
Fonte: Agência Brasil -
Radiobras (www.radiobras.gov.br)
Christiane Peres