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CAI DESMATAMENTO NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Belém (PA) – Brasil
Maio de 2005
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O Gerente do Ibama
no Pará, Marcílio Monteiro, reúne
os jornalistas hoje (23), na sede do Ibama e analisa
números do desmatamento no Pará. Os
dados divulgados pelo governo federal asseguram
que o Plano Nacional de Combate ao Desmatamento
executado pelo Ibama resultou em diminuição
do tamanho das áreas desmatadas em cinco
estados brasileiros. As estimativas do INPE demonstram
que o Pará diminuiu o desmatamento em 2%.
No Tocantins, a destruição caiu (44%),
Amazonas (39%), Maranhão (26%) e Acre (18%).
Roraima não registrou desflorestamento entre
2003 e 2004. Na avaliação de Monteiro
as ações do Ibama inibiram o desmatamento
em áreas críticas na Amazônia
Oriental (Pará) e as estatísticas
apontam para este quadro. Ele credita isto ao Plano
de Combate ao Desmatamento executado pelos órgãos
governamentais em parceria com outras instituições
na região.
Segundo o INPE os índices de desmatamento
da floresta amazônica entre 1º de agosto
de 2003 e 1º de agosto de 2004, chegaram a
26.130 quilômetros quadrados. A área
perdida na Amazônia é do tamanho do
estado de Alagoas. As estatísticas sinalizam
que 17,3% da cobertura florestal da Amazônia
desapareceram nos últimos dez anos. Dados
do INPE atestaram que o desmatamento no período
de agosto de 2002 a agosto de 2003 atingiu 24.597
quilômetros quadrados de floresta desmatados.
Os índices revisados pelo Instituto revelam
que houve um crescimento de 6% do desmatamento em
relação ao período de 2003
– 2004. Nessa análise os estados que mais
desmataram a Amazônia, foram Mato Grosso (20%)
e Rondônia (23%), sendo que Mato Grosso seria
responsável por 48% do desmatamento no último
período. Nesses três estados estão
os municípios que mais desmataram como Paranaíta
(MT) onde o desflorestamento cresceu 137%, passando
de 88 para 209 quilômetros quadrados. No Pará
o município de Jacareacanga, região
oeste, apresentou crescimento de 688% na derrubada
da floresta em relação a 2003. Passou
de 15 para 118 quilômetros quadrados.
Desde o primeiro ano de governo os esforços
foram concentrados no modelo da sustentabilidade
dos recursos naturais. Com isso houve um incremento
de 68% em operações de fiscalização
de grande porte. Cresceu em 54% o total de (AI)
Autos de Infração lavrados pelos agentes
de fiscalização do órgão.
Em 2004 começaram efetivamente operações
integradas com a Polícia Federal, Polícia
Rodoviária Federal, Ministério do
Trabalho, MPF, Incra, Funai, Exército e Policias
estaduais militares e civis no universo das operações
do Ibama envolvendo 14 ministérios do Grupo
de Trabalho Interministerial. Houve apreensão
de mais de 100 mil metros cúbicos de madeira
em toras e serrados e a instalação
de seis das 19 bases previstas para combate à
devastação ambiental, as queimadas
ilegais, ao avanço da pecuária, à
extração ilegal de madeira, ao plantio
desordenado da soja, grilagem, trabalho escravo,
especulação imobiliária em
áreas florestais e agricultura predatória,
entre outros ilícitos ambientais. Os números
do Deter – Detecção do Desmatamento
em Tempo Real mostram que 77% da destruição
se concentram nas áreas de influência
de Sinop (MT), Juína (MT), Alta Floresta
(MT), Tucumã (PA), Altamira (PA), Novo Progresso
(PA), Redenção (PA) Porto Velho (RO).
Quarenta e três por cento do desmatamento
estão em Sinop, Juína e Tucumã.
Cinturão
Verde
No Pará desde
o início do governo Lula, foram criadas 5,5
milhões de hectares de áreas protegidas
e outros 8,2 milhões de hectares estão
sob “interdição administrativa” na
cobiçada Terra do Meio, região oeste.
Área onde foram griladas pelo grupo do CR
Almeida cerca de 7 milhões de hectares de
terras da União hoje questionadas pelo MPF
na justiça federal. A região conhecida
como “Terra do Meio”, área de 8,5 milhões
de hectares, localizada entre os rios Xingu e Tapajós
e cobiçada por guardar a maior reserva de
mogno do planeta. A região Xingu se constitui
no espaço geopolítico com maior número
de conflitos fundiários e conseqüências
sócio ambientais lesivas ao homem e a natureza,
por isso é imperioso criar um cinturão
verde na região do Xingu para preservar e
conservar os cerca de 80% de biodiversidade da Amazônia.Segundo
o Centro Nacional de Populações Tradicionais
(CNPT) do Ibama, até o final deste ano, serão
criadas mais seis reservas extrativistas no Pará
que somarão mais de 4,5 milhões de
hectares de áreas protegidas, com o apoio
do Programa Áreas Protegidas da Amazônia
(ARPA)em toda a AmazOnia Legal. A expectativa do
governo até 2006 é inibir o avanço
desordenado da fronteira agrícola e do desmatamento
na Amazônia. A meta do ARPA é atingir
50 milhões de hectares de áreas protegidas
no País.INPE - As estatísticas projetadas
pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)
são efetivadas tendo como base 103 imagens
de satélite, cobrindo 93% da área
na região do chamado Arco do Desflorestamento
onde estão as áreas críticas
de derrubada da floresta. A margem de erro do índice
é de 5%. Os índices do desmatamento
em sua em totalidade serão divulgados no
final de 2005. O Deter- Detecção do
Desmatamento em Tempo Real , o novo sistema utiliza
imagens do satélite Modis, que faz varreduras
mais freqüentes na Amazônia. Com isso,
a fiscalização e o combate ao desflorestamento
poderão acontecer antes que grandes áreas
de floresta sejam derrubadas.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Edson Gillet Brasil