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DANHÕNÕ GARANTE
A FORMAÇÃO DE GUERREIROS XAVANTE
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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Funai
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27/05/2005 Indígenas da etnia Xavante
realizam o grande rito de passagem dos adolescentes
para a vida adulta, em algumas aldeias o ritual
teve inicio no mês de março e
termina no mês de agosto, variando de
acordo com a aldeia. Hoje, existem 11.677
Xavante que ocupam as Terras Indígenas
São Marcos, Marãiwatsede, Areões
I e II, Pimentel Barbosa, Sangradouro, Parabubure
e Marechal Rondon.
O presidente da Funai, Mércio Pereira
Gomes, visitou, em 2004, diversas comunidades
Xavante e destacou a importância da
preservação dos costumes e crenças
dos desses índios para as futuras gerações.
“O povo Xavante tem sido fiel às tradições.
Procura sempre respeitar e ouvir os ensinamentos
dos mais velhos.Tudo isso representa uma continuidade”,
disse.
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Esse ritual constitui momentos importantes
que marcam a socialização
de um indivíduo ou a passagem de
um grupo de uma situação para
outra. Eles marcam momentos constituintes
da identidade dos indivíduos nas
diferentes fases da vida. É um ritual
planejado com antecedência, envolvendo
grande quantidade de alimentos, confecção
de artefatos e convites para parentes e
aliados.
Ritual
O Danhõnõ
compreende várias etapas e dura,
aproximadamente, 5 meses. Antes do início
do Danhõnõ, os adolescentes,
com idades entre 12 a 16 anos, podendo
variar para mais ou para menos, de acordo
com a vontade dos pais, são tirados
da família e passam a morar em
uma única casa, a Hö, (casa
dos adolescentes) especialmente destinada
a eles, onde ficarão reclusos,
por cerca de 5 anos, só saindo
para tomar banhos e fazer as suas necessidades.
As refeições lhes são
levadas por seus irmãos, ou irmãs
com idades de até 10 anos. A partir
desse momento, passam a ser chamados genericamente
de Wapté. Findo esse prazo, inicia-se,
de fato, o Danhõnõ.
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A
primeira etapa é desenvolvida, por
cerca de 30 dias, onde os agora Wate’wa
ficarão batendo a água, de
modo que ela molhe as suas orelhas.(afirmam
que sendo molhadas por tão longo
período, ficam adormecidas e isso
facilitará a sua furação,
o que ocorre após esse período).
No dia do Dapo’redzapu (furação
das orelhas dos futuros guerreiros Xavante),
os já Herói’wa (designação
dada pelos familiares, já que ele
não podem citar o nome dos futuros
guerreiros) voltam para a frente das casas
dos pais, onde, sentados em uma esteira,
onde terão furadas as suas orelhas.
Algumas mães, antes da furação,
molham as orelhas de seus filhos com água
bem gelada; imaginam que assim fazendo,
o seu filho não sentirá tanta
dor.
Dapo’redzapu é a cerimônia
mais solene do ritual de passagem. O cerimonial
propriamente tem início quando o
padrinho se ajoelha com a perna direita
diante do jovem. Coloca diante de si uma
cabaça e retira de dentro dela, com
a mão direita, o osso de onça,
passando-o na boca para umedecer com saliva.Depois
firma o lóbulo da orelha direita
e, após observar se a pontinha do
osso está na posição
exata para sair na parte posterior do lóbulo,
começa a empurrá-lo até
que a orelha esteja furada. |
Funai
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Feito
isso, apanha um dos pauzinhos (brutehi)
da cabaça e o coloca na orelha, à
medida que retira o osso. O mesmo procedimento
é repetido para a orelha esquerda.
Outras cerimônias se seguem durante
quatro dias. Os jovens realizam uma corrida
de toras, numa demonstração
de que se tornaram adultos. A corrida de
buriti serve, como dizem os Xavante, para
dar row da (alegria e felicidade).
Mas a formação do guerreiro
apenas se inicia. Após uma pausa
de aproximadamente 20 dias, eles receberão
ensinamentos dos índios mais experientes.
Numa dessas fases, participarão de
uma grande caçada coletiva ao lado
de todos os homens da aldeia, e juntamente
iniciam as corridas de competição,
durante quase um mês, os adolescentes
e os atuais guerreiros competem 200 metros
de corrida se preparando para a grande Tsa’uri’wa
(corrida de 10 km, onde geralmente os adolescentes
desmaiam e são purificados dos espíritos
negativos), finda a qual já serão
considerados guerreiros, podendo, a partir
de então, casar com as moças
que já lhe estão prometidas.
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Fonte: Funai – Fundação
Nacional do Índio (www.funai.gov.br)
Assessoria de imprensa
Fotos: Funai
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