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DOIS PEIXES-BOI AMAZÔNICOS
SÃO RESGATADOS NO PARÁ
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
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Dois peixes-boi amazônicos
foram resgatados no Pará, desde a semana
passada. Os animais, que eram recém-nascidos
e machos, foram encontrados nas proximidades de
Santarém, no Pará, e levados ao Centro
Agroextrativista da Amazônia (CAAM), onde
o Centro Mamíferos Aquáticos do Ibama
mantém uma unidade de reabilitação
de peixes-boi em parceria com o Conselho Nacional
dos Seringueiros e o Ibama local, que realizou o
resgate.
Com mais esses dois animais, sobem para cinco o
número de peixes-bois resgatados que se encontram
no CAAM, antes ocupado apenas por fêmeas e
os dois filhotes devem permanecer por, no máximo,
três anos no Centro até serem reintroduzidos.
No próximo mês será realizada
a campanha “Dê Nome aos Bois”, nas comunidades
ribeirinhas para batizar os novos filhotes. “Essa
campanha visa conscientizar as novas gerações
sobre a importância da conservação
do peixe-boi amazônico, espécie classificada
na lista oficial do Ibama como vulnerável
à extinção”, explica a Coordenadora
Nacional do Projeto Peixe-Boi Amazônico, Fábia
Luna.
De acordo com a denuncia anônima feita ao
escritório do Ibama de Oriximina (PA), os
dois animais tiveram suas mães mortas. “Infelizmente
a caça ao peixe-boi ainda não está
extinta na Amazônia. Geralmente as pessoas
pegam o filhote para poder atrair a mãe que,
ao chegar perto, é morta e sua carne é
usada para consumo próprio ou até
mesmo para venda” afirma Fábia.
No artigo nº 29 da Lei 9.605/98 de Crimes Ambientais
está previsto pena de detenção
de seis meses a um ano e ainda, pagamento de multa,
tanto para caça quanto para venda do animal.
Por se tratar de uma espécie ameaçada
de extinção a pena pode aumentar ainda
e acrescida na metade.
Trichechus inunguis - O peixe-boi amazônico
é um mamífero dócil que vive
nos rios e igarapés da Bacia Amazônica.
Quando adulto, ele se alimenta de plantas aquáticas,
podendo pesar até 400 kg e medir três
metros de comprimento. Sua respiração
é feita através de pulmões,
tendo que subir a superfície a cada três
minutos, em média.
Um dos motivos para seu desaparecimento é
a dificuldade com que a fêmea se reproduz:
seu período de gestação dura
13 meses, em média, a cada três anos
é gerado apenas um filhote e o animal só
está apto para reproduzir por volta dos cinco
anos de idade, quando atinge a maturidade sexual.
O outro motivo da escassez do animal na natureza
é o homem, que ainda insiste em caçá-lo
indiscriminadamente, sendo essa, a principal causa
do seu desaparecimento.
Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Luís Boaventura