|
SISTEMAS AGROFLORESTAIS
SÃO ALTERNATIVA AO DESMATAMENTO DA
AMAZÔNICA
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2005
|
|
24/05/2005 A produtividade
dos sistemas agroflorestais é dependente
de boas práticas agronômicas e silviculturais
As últimas notícias sobre o desmatamento
na Amazônia divulgadas pelo Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelam que a região
perdeu 26.130 km2 de floresta entre 2003 e 2004.
É a segunda maior taxa de desmatamento da
história da região. O desmatamento
está ligado à exploração
florestal, agricultura de corte e queima, mais recentemente
ao plantio de soja, mas principalmente, à
criação de pastagens. Mais de 40%
das pastagens cultivadas atualmente apresentam algum
estágio de degradação.
Estratégias para recuperação
de áreas abandonadas estão sendo estudadas
pelas instituições de pesquisa da
região para evitar o avanço sobre
áreas de floresta primária e tornar
produtivas as áreas abandonadas, melhorando
sua função sócio-econômica
e ecológica.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento tem buscado gerar
novos conhecimentos, como a tecnologia agroflorestal,
que visa a produção de alimentos e
renda.
Os sistemas agroflorestais (SAF) combinam espécies
arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou
madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou
animais. Este tipo de uso da terra é considerado
sustentável porque uma área com SAF
pode ser usada permanentemente, minimizando a necessidade
de derruba e queima da floresta e aumentando as
chances de fixação do homem no campo.
Os SAFs têm feito parte das diretrizes centrais
de desenvolvimento rural sustentável, pois
podem ser implantados em áreas alteradas
com diferentes níveis de degradação,
contribuindo para a redução do desmatamento
de novas áreas de floresta primária.
Vantagens sócio-econômicas dos SAF,
segundo a pesquisadora da Embrapa Amazônia
Ocidental (Manaus/AM) Joanne Régis da Costa
podem ser resumidas na combinação
de produtos de mercado e de subsistência que
permite limitar os riscos climáticos ou de
mercado; a mão-de-obra mais bem distribuída
ao longo do tempo e a obtenção de
um número maior de produtos a partir de uma
mesma unidade de área, decorrente da diversidade
de espécies plantadas.
Pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental
têm avaliado quatro modelos de sistemas agroflorestais
implantados em 1992 em áreas de pastagens
degradadas, no Campo Experimental do Distrito Agropecuário
da Suframa, km 54 da BR-174, em Manaus (AM). Os
sistemas foram implantados em áreas de pastagens
submetidas ao pastejo intensivo por um período
que variou de 4 a 8 anos.
O desempenho das espécies utilizadas indicou
que açaí, colubrina ou capoeirão
(madeirável), cupuaçu, pupunha, araçá-boi,
castanha-do-brasil, mogno, gliricídia e ingá
toleram o nível de degradação
dos solos avaliados. Não apresentaram bom
desempenho nestes solos as espécies acerola,
jenipapo, paricá e teca.
Segundo o pesquisador Silas Garcia, a produtividade
dos sistemas agroflorestais é dependente
de boas práticas agronômicas e silviculturais,
o que implica na necessidade do produtor ter conhecimento
sobre essas práticas tanto em um nível
maior de manejo integrado da propriedade agrícola,
como em um nível mais específico quando
se trata do comportamento de cada espécie.
Neste sentido, a Embrapa tem oferecido cursos, dias
de campo e palestras, para levar a tecnologia agroflorestal
a produtores rurais e técnicos extensionistas.em
propriedades agrícolas.
Sabe-se, porém, que o conhecimento da prática
agroflorestal por si só não garantirá
que a mesma seja utilizada. O produtor precisa também
de apoio técnico permanente e mínimo
apoio financeiro, para que a mudança no manejo
de suas áreas possa ser realmente promovida.
Informações:
Para maiores informações,
contactar o Serviço de Atendimento ao Cidadão
- SAC (sac@cpaa.embrapa.br). A Embrapa também
dispõe de um Sistema de Informações
de Sistemas Agroflorestais (SISAF), onde o interessado
pode tomar conhecimento sobre publicações,
eventos, manejo agroflorestal, resultados de pesquisas
etc. Basta acessar o site www.cpaa.embrapa.br, entrar
no ícone "Conheça nossas principais
áreas de pesquisa" e clicar em SI
Fonte: Embrapa (www.embrapa.gov.br)
Assessoria de imprensa (Maria José Tupinambá)