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BARUERI (SP) COMPROMETE-SE COM A CONSERVAÇÃO DA AMAZÔNIA

Panorama Ambiental
Barueri (SP) – Brasil
Junho de 2005

02.06.2005 - A cidade de Barueri, na Grande São Paulo, tornou-se ontem o nono município a aderir ao programa Cidade Amiga da Amazônia, do Greenpeace. O prefeito Rubens Furlan (PPS-SP) e a representante do Greenpeace, Gabriela Couto, assinaram o termo “Compromisso pelo Futuro da Floresta” em solenidade realizada ontem à noite no Teatro Municipal de Barueri, que contou com a presença do rabino Henry Sobel.
O próximo passo é a elaboração de uma lei que evitará o consumo de madeira amazônica proveniente de desmatamentos e extração ilegal pelo governo municipal. O objetivo do programa é que as prefeituras brasileiras implementem políticas de

consumo consciente e incentivem o mercado de madeira produzida em Planos de Manejo Florestal Sustentável, que exploram a floresta de maneira equilibrada.
“Barueri é mais uma cidade que adota medidas concretas para promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, comemora Rebeca Lerer, coordenadora do programa Cidade Amiga da Amazônia do Greenpeace. “Ao adotar critérios socioambientais para a compra de madeira nas licitações promovidas pela prefeitura, Barueri está ajudando a fechar o mercado para quem trabalha com madeira ilegal”.
O prefeito Rubens Furlan quer que Barueri seja um exemplo para a região. “Espero que outros prefeitos sigam nosso exemplo e também firmem esse compromisso”, declarou. Para Furlan, não se pode perder mais tempo no combate à destruição da floresta. "Não vamos esperar sobrar apenas 7% da Amazônia para protegê-la", declarou.

No dia 18 de maio, o governo brasileiro divulgou a segunda maior taxa de desmatamento da história. Entre agosto de 2003 e agosto de 2004, 26.130 quilômetros quadrados de floresta foram completamente destruídos. A madeira utilizada para construir escolas, prédios públicos e postos de saúde pode estar vindo de desmatamentos irregulares ou da extração ilegal na Amazônia. Cerca de 70% da madeira produzida na região é consumida no Brasil – o Estado de São Paulo consome 15% deste total e a madeira é proveniente principalmente do Mato Grosso e de Rondônia.
Ao aderirem ao programa do Greenpeace, as prefeituras contribuem para minimizar a destruição ilegal da floresta. Para tornar-se uma Cidade Amiga da Amazônia, as administrações devem formular leis municipais que exijam quatro critérios básicos em qualquer compra ou contratação de serviço que utilize madeira da Amazônia: proibir o consumo de mogno (1); exigir, como parte dos processos de licitação, provas da cadeia de custódia que identifiquem a origem legal e os Planos de Manejo Florestal da madeira; dar preferência à madeira certificada pelo FSC (2); e orientar construtores e empreiteiros a substituir madeiras utilizadas em
tapumes, fôrmas de concreto e andaimes por alternativas reutilizáveis como ferro ou chapas de madeira resinada.
No Estado de São Paulo, os municípios de Botucatu, Piracicaba, São Manuel e Conchas já elaboraram leis em defesa da floresta. Outros quatro municípios paulistas – São Carlos, Sorocaba, São José dos Campos e Campinas – assinaram o termo de compromisso e estão em fase de implementação do programa.

Notas

(1) O mercado de mogno – a mais valiosa madeira da Floresta Amazônica – foi paralisado desde dezembro de 2001, quando o Ibama proibiu a exploração, transporte e comércio da espécie após diversas denúncias do Greenpeace. Ações de fiscalização realizadas nas áreas de extração e nas empresas exportadoras constataram a exploração ilegal em terras indígenas e áreas públicas, fraude e desrespeito à legislação florestal. Em 2003, o governo federal criou uma legislação específica para a exploração de mogno na Amazônia, mas até hoje não existem empresas capazes de realizar o manejo sustentável da espécie.

(2) Atualmente, os melhores padrões e critérios de manejo florestal são os estabelecidos pelo FSC (Forest Stewardship Council, ou Conselho de Manejo Florestal). O FSC é o único sistema de certificação independente que adota padrões ambientais internacionalmente aceitos, incorpora de maneira equilibrada os interesses de grupos sociais, ambientais e econômicos e tem um selo amplamente reconhecido no mundo todo. O sistema FSC assegura a integridade da cadeia de custódia da madeira desde o corte da árvore até o produto final chegar às mãos dos consumidores. O FSC oferece a melhor garantia disponível de que a atividade madeireira ocorre de maneira legal e não acarreta a destruição das florestas primárias como a Amazônia.

Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa
Fotos: Greenpeace

 
 
 
 

 

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