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PERIGO NA BEIRA DO RIO
Panorama
Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2005
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01/06/2005 Um estudo
realizado pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), que avaliou a situação
dos igarapés urbanos que cortam a cidade
de Manaus, verificou que todas as amostras de água
coletadas continham bactérias prejudiciais
à saúde humana.
A equipe do Centro de Pesquisa Leônidas e
Maria Deane (CPqLMD), unidade da Fiocruz na Amazônia,
analisou as microbacias do Tarumã, do Quarenta
e do Mindu. Durante três meses foram coletadas
amostras de água em 13 locais diferentes.
“Trata-se de uma quantidade infinita de microrganismos,
o que torna praticamente impossível listar
todas as bactérias presentes nos igarapés
analisados”, disse a coordenadora do estudo, a bióloga
Salete Almeida Silva, à Agência FAPESP.
"Porém, a mais preocupante é
a Salmonella spp, muito agressiva ao homem e que
foi encontrada em grande quantidade na região",
alerta. A bactéria pode causar diarréias
agudas, náuseas, dores abdominais, febre
e desidratação.
Salete cita duas outras bactérias isoladas
das amostras de água e que também
podem afetar a saúde da população:
a Escherichia coli, associada à infecção
intestinal, e a Klebsiella pneumoniae, que pode
causar pneumonia e outras infecções
no pulmão.
Em uma segunda fase do estudo, os pesquisadores
pretendem identificar se as bactérias isoladas
apresentam genes de virulência. “O fato de
as bactérias serem patogênicas está
comprovado. Agora, o objetivo é trabalhar
o perfil genético de cada microrganismo para
verificar, por exemplo, o nível de resistência
a antibióticos”, conta Salete.
A pesquisadora da Fiocruz explica que, mesmo sofrendo
as conseqüências do lançamento
de esgoto e efluentes industriais, as águas
em análise são utilizadas para diferentes
tarefas pela comunidade local, como lavagem de roupas,
banho, pesca e atividades de lazer. Porém,
o grande perigo está na ingestão de
água contaminada com essas bactérias.
“Por conta disso, pretendemos promover trabalhos
de conscientização em parceria com
autoridades locais, mostrando que essas águas
são impróprias para qualquer tipo
de consumo e podem transmitir doenças graves
à população”, afirma.
Fonte: Agência Fapesp (www.agencia.fapesp.br)
Assessoria de imprensa (Thiago Romero)