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PESQUISADORES DE PERNAMBUCO
INICIAM ESTUDOS PARA MONITORAR TUBARÕES
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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03/06/2005 O projeto
de pesquisa de monitoramento de tubarões
na costa marítima de Pernambuco inicia uma
nova etapa nesta sexta-feira (3), com o lançamento,
ao mar, de cinco mil cartões flutuantes,
que vão avaliar os aspectos e motivos dos
freqüentes ataques que acontecem nas praias
do estado. A pesquisa é financiada pelo Ministério
da Ciência e Tecnologia (MCT), e está
sendo realizada pela Universidade Federal Rural
de Pernambuco (UFRPE) e pelo Instituto Oceanário.
Serão lançados 500 cartões
a cada 900 metros, numa extensão de 18 km.
A pesquisa inclui informações sobre
movimentos migratórios, distribuição,
variação espacial e temporal de abundância,
biologia reprodutiva e o comportamento desses animais.
Envolve, também, o levantamento de informações
ambientais, incluindo temperatura, salinidade, correntes
marinhas e ventos. A população será
orientada sobre procedimentos e regras de convivência
com os tubarões em áreas delimitadas.
Os cartões de deriva – como são chamados
– são plastificados e constam de uma numeração,
endereço eletrônico da UFRPE e do Instituto,
além de um telefone 0800, para que a população
possa entrar em contato com os responsáveis
e informar seu número e o local onde foram
encontrados. Com essas informações,
os pesquisadores pretendem chegar aos verdadeiros
motivos dos ataques, principalmente nas áreas
costeiras que integram a região metropolitana
do Recife. Os pesquisadores apelam para que a população
participe da pesquisa, informando sempre que encontrar
um cartão, que devem aportar em praias diversas,
inclusive de outros estados, como Paraíba
e Rio Grande do Norte.
Os recursos para a pesquisa - R$ 470 mil - foram
liberados pelo MCT por meio de convênio com
a UFRPE e o Instituto Oceanário, assinado
em julho do ano passado. O dinheiro está
servindo para que os pesquisadores realizem, com
o barco da universidade - o Sinuelo - duas saídas
por mês, cobrindo uma extensão de 15
quilômetros de costa. Em dez meses de atividade,
o barco já capturou 12 tubarões de
espécies agressivas no litoral da capital
pernambucana.
Histórico
dos ataques
Os ataques de tubarão
começaram a ocorrer em Pernambuco em 1992.
Nos últimos 13 anos, foram registrados 46
ataques de tubarões no litoral pernambucano,
com a mais alta taxa de mortalidade, 37%, o que
corresponde a 17 óbitos. Segundo os pesquisadores
do Instituto Oceanário, a média de
óbitos mundial é de 12%.
Segundo o Comitê Estadual de Monitoramento
de Incidentes com Tubarões (Cemit), criado
em maio do ano passado para ajudar no combate aos
ataques, as espécies tigre e cabeça-chata
são as responsáveis pela maioria dos
ataques na costa do Recife. O Cemit é integrado
pela Secretaria Estadual de Defesa Social, Instituto
Médico Legal (IML), Corpo de Bombeiros, CPRH,
UFRPE e Instituto Oceanário e trata, principalmente,
de orientar a população quanto às
áreas e locais do mar que oferecem perigo
para banho.
Os especialistas alertam que entre os meses de julho,
agosto e setembro – quando há maior incidência
de chuva – a população deve ficar
ainda mais atenta. É neste período
em que há uma maior incidência de ataques
(36%), uma vez que os tubarões se adaptam
facilmente à baixa salinidade da água.
Fonte: MCT - Ministério
da Ciência e Tecnologia (www.mct.gov.br)
Assessoria de imprensa (Samara Arcoverde)