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BRASIL PROPÕE NA CORÉIA QUE OCEANO ATLÂNTICO SEJA UM SANTUÁRIO DE BALEIAS

Panorama Ambiental
Recife (PE) – Brasil
Junho de 2005

(14/06/05) - Do dia 19 a 24 deste mês, o Brasil, que há 20 anos proibiu a caça de baleias em águas nacionais, estará participando da 57ª plenária da Comissão Internacional de Baleias (CIB), em Ulsan, na Coréia. A CIB é a única organização multilateral dedicada especificamente ao manejo e conservação dos cetáceos. Na ocasião, a delegação brasileira - formada por representantes do Ministério das Relações Exteriores, Ibama e por especialistas - vai defender os interesses nacionais que são de conservação dos grandes mamíferos aquáticos dos oceanos.
Além de tentar assegurar a aprovação de medidas que garantam cada vez mais a proteção das espécies nos oceanos, o Brasil assume um papel protagonista entre as nações consevacionistas presentes ao levar à votação a proposta de transformar o Oceano Atlântico Sul em um santuário de baleias.
Se aceito, o santuário, que é apresentado há quatro anos, garantirá a proteção em águas internacionais a 11 das 14 espécies de grandes cetáceos que existem no mundo. O Atlântico Sul é usado por esses imensos mamíferos aquáticos para migrar, parir, amamentar, acasalar e se alimentar.
Entre as baleias freqüentadoras da região, existem as que foram dizimadas e que hoje estão em recuperação, como a franca e a jubarte, comuns no litoral brasileiro. Há também outras espécies que foram dizimadas e hoje em dia não se sabe se a população está crescendo ou não, como é caso das baleias fin e sei. O oceano também abriga a baleia azul, o maior animal vivo existente no planeta, que foram dizimadas e cujas evidências de recuperação são poucas.
Ainda se mata - Apesar de existir a moratória mundial contra a caça das baleias criada pela própria CIB, alguns países ainda matam baleias. É o caso do Japão, Islândia e Noruega. Os dois primeiros matam para “pesquisar”. E a Noruega pratica a caça comercial para consumo interno. Para todos, os mesmos argumentos: as baleias estão ameaçando o estoque de peixe do mundo e não ameaça à fauna pela caça de algumas espécies.
A caça científica é permitida pela CIB, que sancionou a moratória à captura intencional. Com esta permissão, o Japão desrespeita os limites do Santuário Antártico ou Austral e vitima baleias na área. O consumo da carne de baleia faz parte do hábito alimentar dos japoneses e é encontrado com facilidade em restaurantes finos. Dos ossos, é feita uma farinha rica em nutrientes. A maior parte do animal é usada na indústria de cosméticos.
No século passado, estima-se que mais de dois milhões de baleias foram mortas em caça comercial, reduzindo a população desses animais em 90%. No Brasil, a Paraíba foi sede de várias empresas japonesas que caçaram exaustivamente todas as espécies, principalmente a minke. A última empresa de caça que operava no país, a Cooperativa de Pesca do Brasil (Copesbra), fechou em 1985. Nesse período, as baleias sumiram da costa brasileira. Mas, nos últimos anos, voltam a ser vistas, cada vez em maior número.

Fonte: Ibama (www.ibama.gov.br)
Assessoria de imprensa (Verônica Pragana)

 
 
 
 

 

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