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GREENPEACE PARTICIPA DE
AUDIÊNCIA SOBRE ENERGIA NUCLEAR DA
COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE DA CÂMARA
DOS DEPUTADOS
Panorama
Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2005
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16-06-2005 - Foi
realizada no dia 14 de junho, uma audiência
pública sobre o tema energia nuclear, organizada
pelo grupo de trabalho da Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento. O objetivo dessa reunião
foi avaliar as informações coletadas
pelo grupo nas plantas nucleares brasileiras. O
relator da Comissão, deputado federal Edson
Duarte (PV- BA), anunciou que o grupo vem estudando
as condições atuais de segurança
do ramo nuclear no Brasil e que terá o relatório
final no segundo semestre.
O Governo Federal
vem estudando a retomada do Programa Nuclear Brasileiro,
porém, não há um consenso sobre
esse programa. Desfavoráveis à retomada,
encontram-se os Ministérios do Meio Ambiente
e de Minas e Energia, que também contam com
o apoio do ministro da Integração
Nacional, conforme o Greenpeace apurou em reuniões
com esses ministérios. Favoráveis
ao programa estão o ministro de Ciências
e Tecnologia, militares, parte do funcionalismo
público do setor e o ministro-chefe da Casa
Civil. O Greenpeace é contra o uso da energia
nuclear, por se tratar de tecnologia cara, suja
e perigosa.
Além do Greenpeace,
participaram da audiência representantes da
Sape (Sociedade Angrense de Proteção
Ecológica), Cnen (Comissão Nacional
de Energia Nuclear), Clube de Engenharia do Rio
de Janeiro e integrantes da Eletronuclear - empresa
pública que opera Angra I e II e é
vinculada ao Ministério das Minas e Energias.
O coordenador de políticas públicas
do Greenpeace, Sérgio Leitão, apresentou
a opinião da organização, contrária
à construção de Angra 3.
Leitão ressaltou
o problema grave da indefinição do
papel da Cnen, que tem a função de,
ao mesmo tempo, promover e fiscalizar o uso de energia
nuclear no Brasil. “Como pode haver isenção
na fiscalização se o mesmo órgão
que promove a tecnologia, a fiscaliza?”, questiona
Leitão. A recomendação internacional
é de que uma mesma instituição
não acumule os dois papéis, o que
não acontece com a Cnen, contrariando também
a convenção de segurança nuclear,
lei que está em vigor no Brasil desde 1998.
A falta de informação
é um outro ponto fundamental. A Eletronuclear
julga que é necessário avaliar a informação
antes de divulgar ao público, ou seja, a
estatal filtra as informações importantes
a seu bel prazer. “Divulgamos as informações
que julgamos necessário“ , declarou José
Manoel Diaz Francisco, coordenador de segurança
e comunicação da Eletronuclear. Leitão
alerta sobre a falta de mecanismos para as pessoas
requisitarem explicações com muito
mais precisão. “Para você ter segurança,
você precisa ter confiança e, para
isso, você precisa ter informação”,
diz. O coordenador do Greenpeace lembra que os moradores
da região de Angra precisam dispor dessas
informações para proteger a própria
vida em caso de acidentes e que foi por falta delas
que aconteceram acidentes como o de Césio
137, em Goiânia em 1987.
Fonte: Greenpeace-Brasil (www.greenpeace.org.br)
Assessoria de imprensa